sábado, 25 de fevereiro de 2012

Coloca Ai Muita Hora Nessa Pressa


Newton disse que “construímos muros demais e pontes de menos”. Pronto, mais uma frase que se aplica a mim boy. Estou destruído todas as pontes, entende? Todos o possíveis laços, sacou? “Não deixo mais ninguém me roubar de mim”, essa também combina comigo viu? Li no Verônica H. e tudo que li por lá pode lhe explicar um pouco sobre tudo sabe? Por que me dei tanto boy por ninguém, que fiquei sem cara para me dar para mais alguém. – Ao menos por enquanto, e só enquanto(que fique bem claro), não consigo amar alguém. E sei boy que você estar naquela tão cobiçada lista de homens feitos somente para garotas como eu, que merece um bad boy com cara de Jacob Gyllenhaal todo tatuado, um pouco bronzeado, bom de papo e com barba por fazer... UFA! É man você é essa bossa toda sim, mas entenda que ainda não estou de saco novo pra encher. Por que o ultimo estourou de uma maneira tão feia cara que nem retalho deu pra fazer, você acredita? – é por isso boy que ainda não fiz nenhuma questão de sair por ai e comprar um novo saco corretamente ecológico, entende?
Ok, eu sei que a fila anda, mas vou deixando passar tá legal? – não estou para brincar de passa tempo com tanta coisa pra fazer. – sim, eu sei...  que nem toda moça tem essa proeza de ser encontrada por um cara como você. Claro! – mas vamos lá, sei que você é a capaz de acompanhar meu raciocínio né? Entendeu-me, não foi?! – Isso mesmo meu rapaz, eu estou de mais pra você agora. Não me achando, mas não me faça daquilo de que você por agora não pode suportar. Por que pra eu te amar dessa tal maneira que você quer eu precisaria estar fragilizada com o mundo ou me agarrando aos prantos do desespero num travesseiro velho e não debochada para o mundo jogando a oportunidade de cair nos teus definidos braços e dá uma chance para qualquer periguente que por ventura  quiser dar pra você. Por que eu já conheço o cara tão irresistível que você é e por conta disso venho sendo tão cara de pau em resistir todo esse seu chame e cheiro de homem mau e todos os seus olhos famintos de lobisomem em cima de mim quando fico a beira da piscina me bronzeando.
Mas boy acompanhe. Seja de uma paciência irritante. Por que se for para ser agora você será só aquele brinquedinho que se tornara velho. E você já sacou que eu sou gamada na vitalidade de um garotão e na grandeza de gente grande né. – Então relaxa, senta aqui do meu lado outra vez e me faça aquele cafune, fingindo que eu não desviei daquela tentativa de beijo. Vem e fingi querer só ser meu amigo e dormi aqui na varanda rindo comigo. Toca o violão e não fica de bico boy, não fica de marra. Não, não... perai... continua assim marrento, você fica lindo assim apertando os olhos tentando decifrar meus pensamentos. Tentando encontrar maneiras para me fazer transbordar de sentimentos. Mais sabe o que é cara... é que solidão se apossou de mim muito mais rápido do que você em seus devaneios da manhã possam chegar a mim... e hoje eu sou tão mais ela que já não sei mais me dividir e me abrir de mente  pernas coração pra seu querido ninguém. Então meu bem, sem cogitação esse papo de ser de outro. De se doer inteira pra nada. Por que meu bem como disse Verônica Heiss “ Já aceitei... cargas, faltas; e nada disso foi suficiente por que... não puderam ou não souberam me aceitar.” E por mais que eu queira e quero acredite se puder, eu preciso aprender num processo lento o que é amar alguém novamente.
Então boy, fica frio ou se agasalha e se lhe faço tanta diferença, espera. Divagar eu te chego... talvez!


Williane Santos

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Despedida


E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perda da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação.

Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.


E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?


Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil.


Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus.


A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo.



Rubem Braga






Extraído do livro "A Traição das Elegantes", pág. 83. 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sabe aquele momento...

Que você acha "tudo de uma BOBAGEM" como diz Datena e ri... só ri e mais nada. Pois então, quem me disse tinha razão, era só uma questão de olhar finalmente para não ver nada.







*Agora estar tudo certo meu bem!! Bejuuu E.A.

Sabe aquele momento...



Quando você senti que estar prestes a ser apunhalado pelas costas.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Destroço de Vezenquanto


Depois de um dia tão produtivo – Meu  peito dói, a cabeça dói. Na verdade meu corpo inteiro dói, porque você ainda me dói assim de vezenquanto. Por que te lembro sempre, e lembrar me dói, me entristece. E eu te lembro de manhã assim que acordo, te lembro todas as horas do dia e isso me aborrece, pois eu não quero te lembrar.  É ruim manter alguém que se mantou vivo aqui dentro. Não vou viver de luto e decidi que não irei te amar por toda a minha vida, por que amar alguém assim sem tê-la é um castigo que não me convêm e ainda depois desse bagaço todo que você me fez chega ser muito pesado pra mim, como se eu carregasse todo o peso do mundo no peito a cada vez que te lembro. Mas você não é o (meu) mundo e por isso eu luto todos os dias pra substituir você cortando os pensamentos, saindo por ai, lendo livros variados... estou assim, estudando um pouco de tudo, vivendo o que não vivi, fazendo o que sempre quis – Fiz um pot-pourri dessa minha nova vida. Estou criando novas lembranças mais saudáveis que você. Por que apesar de ainda doer meu cérebro e meu coração não são inimigos mortais como de muitos por ai. São muito amigos por sinal e criam diversas maneiras todos os dias para me salvar desse seu resto que estar em mim e é por este motivo que ele dói tanto ainda vezenquanto, porque mesmo murcho ele pulsa desesperando lhe expulsado. Por que você se tornou quase um câncer em mim que vai me comendo pelas beiradas do que lhe restou.  E eu fico assim depois de tanto tempo, destroçada no peito, ainda abalada. Fico assim de tanto segurar emoções, sentimentos, memorias... fico assim fingindo que você não me foi nada, que nunca lhe quis nada... fico assim andando sem dar importância do que foi, do que fui e assim vou seguindo a cada dia sendo uma ninja fria e calculista sem deixar rastro nenhum do que sinto pra ninguém. E o que me mata, é que com toda essa força que tenho e com todos os dias que passam, é que ainda me pego assim, sofrendo miúda escondida em um canto com os olhos a arder por não me permitir chorar nada. E por não me deixar chorar nada fico sentido esse destroço por dentro, te sonhando todas as noites. E quando acordo eu grito tão muda por dentro: Eu preciso mais de mim do que de você, você não me serve mais. Pra que deixar você tomar meu tempo?  Basta!! Já deveria ter passado!! Mesmo destroçada eu não descanso e vou seguindo queimando cada uma de suas digitais. O que eu não sei é que hora vai ser essa, de que vou acordar e não saber mais quem foi você?

*escrito no dia 04/10/2011
Williane Santos

domingo, 12 de fevereiro de 2012

O Amor Acaba

O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova York; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.


Paulo Mendes Campos

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Do que importa o resto?

A fidelidade
não é um compromisso com um outro,
mas sim, com o nosso sentimento.


Se você não for fiel ao que sente,
do que importa o resto?

Dona Geo

Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética. Che Guevara


"Vou falar, correndo o risco de parecer ridículo que o verdadeiro revolucionário é guiado por fortes sentimentos de amor, é impossível pensar num revolucionário autêntico sem esta característica."

Che Guevara

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

É Preciso


Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos. 

Fernando Pessoa
"Somos inocentes em pensar, que sentimentos são coisas passíveis de serem controladas. 
Eles simplesmente vêm e vão, não batem na porta, 
não pedem licença. Invadem, machucam, alegram. " 
Caio F. Abreu
"O amor jamais foi um sonho
O amor, eu bem sei, já provei, é um veneno medonho.
É por isso que se há de entender que o amor não é ócio, 
E compreender que o amor não é um vício, o amor é sacrifício, 
O amor é sacerdócio." 
Chico Buarque