Mostrando postagens com marcador Artur da Távola. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Artur da Távola. Mostrar todas as postagens
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
Algumas Dicas
"Amor não se implora, não se pede não se espera...
Amor se vive ou não.
Ciúmes é um sentimento inútil. Não torna ninguém fiel a você.
Animais são anjos disfarçados, mandados à terra por Deus para mostrar ao homem o que é fidelidade.
Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz.
As pessoas que falam dos outros pra você, vão falar de você para os outros.
Perdoar e esquecer nos torna mais jovens.
Água é um santo remédio.
Deus inventou o choro para o homem não explodir.
Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso.
Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.
A criatividade caminha junto com a falta de grana.
Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.
Amigos de verdade nunca te abandonam.
O carinho é a melhor arma contra o ódio.
As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.
Há poesia em toda a criação divina.
Deus é o maior poeta de todos os tempos.
A música é a sobremesa da vida.
Acreditar não faz de ninguém um tolo. Tolo é quem mente.
Filhos são presentes raros.
De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças a cerca de suas ações.
Obrigada, desculpa, por favor, são palavras mágicas, chaves que abrem portas para uma vida melhor
O amor... Ah, o amor...
O amor quebra barreiras, une facções,
destrói preconceitos,
cura doenças...
Não há vida decente sem amor!
E é certo, quem ama, é muito amado.
E vive a vida mais alegremente..."
(Artur da Távola)
sexta-feira, 13 de maio de 2011
A mulher apaixonada
A mulher pode estar gostando, pode estar envolvida, pode estar a fim, pode estar impressionada. Em todos esses estados pode se relacionar amorosamente.
Mas a mulher apaixonada está em outro astral.
Tudo nela, principalmente certos mecanismos inaprisionáveis por palavras, fala de paixão. É um certo jeito de se acalmar dentro da maior tensão, é a postura dos braços, é algo nas glândulas da pele, no olho, na respiração.
A mulher apaixonada é um ser em estado de torcida do Flamengo. Torce mais por ele (o amado) que pela Seleção. Entra no campo, agride o juiz, salta o alambrado, topa qualquer desafio. Só vê a vitória. O único ser que topa qualquer parada não é o herói, o desesperado ou o valente: é a mulher apaixonada.
Vai pro exílio, larga carreira, profissão, conveniência, partido político. Só tem um caminho e uma verdade: o amor. O resto virá depois. Sem ele, o tudo é nada.
A mulher apaixonada é o mais paciente dos seres impacientes. Sempre em estado de "estou pronta" suporta anos esperando com uma insuportável e maravilhosa impaciência, exigência, dedicação, entrega, cegueira, vontade de quintais e praias, as amarrações que supõe perfeitas e definitivas.
A mulher apaixonada é o mais paciente dos seres impacientes. Sempre em estado de "estou pronta" suporta anos esperando com uma insuportável e maravilhosa impaciência, exigência, dedicação, entrega, cegueira, vontade de quintais e praias, as amarrações que supõe perfeitas e definitivas.
Ninguém vive a provisoriedade com tanto sentido de permanência.
Ninguém assina em branco e antecipa tantos avais de afeto.
Ninguém erra com tanta convicção e decência.
Fera e santa, guerreira e gato, desastrada e genial, capaz de usar fitas, meias coloridas, blusas-bobagem; de enfrentar solidões, distâncias, presenças, piratas e furacões pelo ser amado, a mulher apaixonada é o mais regular dos seres irregulares, porque não julga, não pensa, não avalia, só sente.
Fera e santa, guerreira e gato, desastrada e genial, capaz de usar fitas, meias coloridas, blusas-bobagem; de enfrentar solidões, distâncias, presenças, piratas e furacões pelo ser amado, a mulher apaixonada é o mais regular dos seres irregulares, porque não julga, não pensa, não avalia, só sente.
E que se danem o mundo, as regras, as regulações, conveniências, aparências, seguranças, convenções, disposições, legislações e tudo aquilo que a mãe ensinou! Que o mundo exploda em flores!
Ser de grandezas, só vive de migalhas. Ser de fartura, alimenta-se de ar, nuvem, vontade, espera e sonho. Quem se supõe apaixonada e trocar uma nuvem por um sanduíche está é com fome, não com paixão. Está doente de saúde, e não saudável de doença de amor.
A mulher apaixonada é um ser em estado de entendimento de pedaços da vida desconhecidos pelo comum dos mortais: entende de lençóis iluminados pela luz do corredor nas noites sem sono, conhece ruídos diferentes de tique-taques, entende de meio-fio, de paredes chutadas, de cantores e poetas escolhidos secretamente, de confidências contadas para as toalhas.
Domina computadores afetivos encarregados de arquivar e interpretar as mensagens mais sutis do amado: tom de voz, espaço entre uma e outra frase, fomes dominicais, impressões vagas de cansaço, tédio, alegria ou saudade expressas por fungados, suspiros, desabafos, interjeições, gestos, sons, olhares, todos tabulados no seu "compoetador", perfurado pela esperança e perfumado pela possibilidade.
Domina computadores afetivos encarregados de arquivar e interpretar as mensagens mais sutis do amado: tom de voz, espaço entre uma e outra frase, fomes dominicais, impressões vagas de cansaço, tédio, alegria ou saudade expressas por fungados, suspiros, desabafos, interjeições, gestos, sons, olhares, todos tabulados no seu "compoetador", perfurado pela esperança e perfumado pela possibilidade.
A mulher apaixonada mistura bola de gude com Heidegger; borboleta com suco de pitanga; laquê com desejo; talão de pedágio com metafísica; sapato de tênis com brahms; sanduíche de mortadela com informática; distração com rejeição; perturba-se de tanta lucidez; tolda-se de tanta nitidez; mancha-se de tanta pureza; confunde-se de tanto autoconhecimento; engana-se de tanta verdade; embaraça-se de tanta decisão; entedia-se de tanta disposição.
Ela mistura disposição com vontade. Possibilidade com ânsia. Dificuldade com não querer. Em suma: é o mais incapaz dos capazes do que há de melhor, mais lindo, legítimo e verdadeiro.
A mulher apaixonada vive de farol alto, não desliga a buzina, não fecha bico de gás, só anda de pé na tábua, ouve tudo em 78 rotações, força a barra, anda na contramão, joga pedra no telhado do vizinho, vai depressa com o andor, desassossega o leão, cutuca a fera com vara curta, gasta pólvora com chimango, perde tempo, ganha o sonho, vive o susto, varre o medo, enfrenta a frota, esmaga o espanto, esbarra no afago, espera a vida, encontra a razão, fala de boca cheia, assovia e chupa cana, beija a madrugada, insulta a acomodação, instala o reino da validade.
Ela é: especialista em pretextos; modista de oportunidades; cozinheira de chances, pediatra de carências, jardineira de manhãs, pastora de indícios, navegante de esperanças; fiandeira de frustrações, colhedeira de instantes, tecelã de ternuras; miúra de girassóis, doceira de amarguras.
A mulher apaixonada é furacão e chuvisco; exaltação e placidez; adivinha e alienada; sábia e patusca; maravilha e susto; mãe e mulher; filha e bruxa; santa e desastrada. A mulher apaixonada é, em suma, o ser que atende e representa em profundidade, em delírio, em sofrimento e em glória, a criança carente que mora em nós.
Ela é: especialista em pretextos; modista de oportunidades; cozinheira de chances, pediatra de carências, jardineira de manhãs, pastora de indícios, navegante de esperanças; fiandeira de frustrações, colhedeira de instantes, tecelã de ternuras; miúra de girassóis, doceira de amarguras.
A mulher apaixonada é furacão e chuvisco; exaltação e placidez; adivinha e alienada; sábia e patusca; maravilha e susto; mãe e mulher; filha e bruxa; santa e desastrada. A mulher apaixonada é, em suma, o ser que atende e representa em profundidade, em delírio, em sofrimento e em glória, a criança carente que mora em nós.
(Artur da Távola, pseudônimo de Paulo Alberto Monteiro de Barros - escritor, poeta, jornalista e político brasileiro).
Assinar:
Postagens (Atom)