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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Buscando um estado de Paz

 


Meu coração ficou agressivo porque se encheu de magoa e tristeza. Mas eu preciso suavizar e me encher de paz, ser tolerante com os meus erros e dos outros. 
Toda dor uma hora passa para dar espaço para o bom que estar por vim. Tudo é uma preparação e eu preciso estar bem para uma fase nova.
Sei bem que não adianta em nada espernear ou seguir conselhos de como eu devo agir. – Evitar e silenciar mais uma vez. Manter a prudência para não ser precipitada em cometer mais erros.  E encontrar meu próprio conforto em Deus, Senhor de tudo.

 
 

 

sábado, 29 de dezembro de 2012

Não existe paciência

Pode confiar na mulher que nunca joga fora o xampu quando termina. Porque nunca acha que termina.
São vários potes no box do banheiro. Uma milícia de cheiros. A maior parte com um resto luminoso. Alguns virados para facilitar a saída desesperada da fragrância. Um homem, diante daquela lágrima de cisne, não teria piedade e colocaria no lixo. Não sem razão. É uma sobra simbólica que apenas se mexeria colocando água. Uma massa imóvel, que mal treme. O conteúdo não presta nem para dois enxágues. Para chorar um pouco no pulso, depende de tapas na bunda do pote. Todo xampu velho é um bebê nascendo.
Mas ela não descarta. Pensa que aquilo que não perfuma seus cabelos é ainda capaz de perfumar suas mãos. Permanece com a esperança de que um dia terá uma emergência e ele será útil. Para seus olhos, nada está inteiramente morto, nada está inteiramente esgotado. Contribuem para sua crença as brincadeiras de faz de conta na infância, a sopa de folhas e o refrigerante de terra. Não depende de muito para seguir vivendo, pede um mínimo de realidade; acostumada a sempre completar por sua conta. Não existe paciência, somente fé. Mais da metade de um marido bom é imaginação feminina.
A mulher que não joga o xampu fora não jogará nenhum homem fora. A menos que ele esteja seco por dentro, acabado, sem nenhuma emoção para oferecer, consumido pelo silêncio da esponja. Ela eliminará o sujeito de sua vida após várias tentativas, até se convencer de que ele não rende nem mais espuma. Nem mais passado.
O que me leva a concluir que quem pensa demais não faz, não se arrisca, não se entrega. O pré-requisito é criado para impedir que mudanças aconteçam. É necessário ser imaturo para amar. É necessário ser imaturo para engravidar. É necessário ser imaturo para juntar as tralhas e pertences, construir uma casa em comum, e seguir ameaçado pelo humor do próximo.
Merece o amor quem trabalha por ele, quem sofre por ele, quem não quis ser mais inteligente do que sensível, quem é absolutamente idiota para sacudir um pote de xampu já findo.

Fabrício Carpinejar

domingo, 11 de novembro de 2012

'Não é falando que encontramos as palavras. É deixando de falar.' Fabrício Carpinejar

"Ele é um menino que não pode acompanhar 
minha louca linha de raciocínio meio poeta
meio neurótica, meio madura."
Tati Bernardi
 

'Porque o que já foi, não espero, não faz falta, nem dá vontade de acreditar de novo. Eu só quero ser, sem estar, sem precisar. Entende?'

 Ju Fuzetto

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Eu entendo você, mas não alivio!!!


Eu entendo você, mas não alivio.

Está tão acostumada a mergulhar em seu sofrimento,

que perdeu o lugar onde dói.

Talvez o que doa esteja fora e você nem reparou.”

  

Fabrício Carpinejar

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Uma mistura de sentimentos dentro de mim neste momento, mas vou deixar se sobressair apenas os bons, apenas os que trazem a felicidade." Caio F. Abreu

"Eram bonitos juntos, diziam as moças. Um doce de olhar. Sem terem exatamente consciência disso, quando juntos os dois aprumavam ainda mais o porte e, por assim dizer, quase cintilavam, o bonito de dentro de um estimulando o bonito de fora do outro, e vice-versa. Como se houvesse entre aqueles dois, uma estranha e secreta harmonia." Caio.F.A.


"Quem procura as melhores palavras, ainda não está certo. Devemos procurar o melhor silêncio. O silêncio exato. Não me esqueço o dia em que não fizemos nada, nada mesmo, parados, nos olhando como cúmplices, rindo a esmo, abraçados, olhando a janela como um vinho aberto. O futuro passeava pela janela. Talvez tenha me visto de mãos dadas com ela na velhice ou na infância. Não importa em que tempo estávamos. No nosso idioma, as pequenas gentilezas, como empurrar a cadeira para sentar ou amarrar os cadarços um do outro, já são suficientes para nunca esquecer os dias." Fabrício Carpinejar


“Eu te amo. Mesmo negando. Mesmo deixando você ir. Mesmo não te pedindo pra ficar. Mesmo não olhando mais nos teus olhos. Mesmo não ouvindo a tua voz. Mesmo não fazendo mais parte dos teus dias. Mesmo estando longe, eu te amo. E amo mesmo. Mesmo não sabendo amar.” Caio.F.A.

sábado, 28 de maio de 2011

Depois de muito Amor


A mulher somente despreza quem ela amou demais. Não é qualquer homem que merece, não é qualquer pessoa. Pede uma longa história de convivência, tentativas e vindas, mutilações e desculpas. O desprezo surge após longo desespero. É quando o desespero cansa, quando a dúvida não reabre mais a ferida.

É possível desprezar pai e mãe, ex-esposa ou ex-marido, daquele que se esperava tanto. Não se pode sentir desprezo por um desconhecido, por um colega de trabalho, por um amigo recente. O desprezo demora toda a vida, é outra vida. É nossa incrível capacidade de transformar o ente familiar num sujeito anônimo.

Assim que se torna desprezo, é irreversível, não é uma opinião que se troca, um princípio que se aperfeiçoa. Incorpora-se ao nosso caráter.

Desprezo não recebe promoção, não decresce com o tempo. Não existe como convencer seu portador a largá-lo. Não é algo que dominamos, tampouco gera orgulho, nunca será um troféu que se põe na estante.

Desprezo é uma casa que não será novamente habitada. Uma casa em inventário. Uma casa que ocupa um espaço, mas não conta.

É a medida do que não foi feito, uma régua do deserto. A saudade mede a falta. O desprezo mede a ausência.

O desprezo não costuma acontecer na adolescência, fase em que nada realmente acaba e toda vela de aniversário ainda teima em acender. É reservado aos adultos, desconfio que deflagre a velhice; vem de um amor abandonado. Trata-se de um mergulho corajoso ao pântano de si, desaconselhável aos corações doces e puros, representa a mais aterrorizante e ameaçadora experiência.
Indica uma intimidade perdida, solitária, uma intimidade que se soltou da raiz do voo.

O desprezo é um ódio morto. É quando o ódio não é mais correspondido.

Não significa que se aceitou o passado, que se tolera o futuro; é uma desistência. Uma espécie de serenidade da indiferença. Não desencadeia retaliação, não se tem mais vontade de reclamar, não se tem mais gana para ofender. Supera a ideia de fim, é a abolição do início.

Não desejaria isso para nenhum homem. O desprezado é mais do que um fantasma. Não é que morreu, sequer nasceu; seu nascimento foi anulado, ele deixa de existir.
O desprezo é um amor além do amor, muito além do amor. Não há como voltar dele.

(Fabrício Carpinejar)

*Surrupiei do blog da Michele