quarta-feira, 6 de novembro de 2013

"Viver pode ser bom, muito bom, mas não se engane felicidade não é mágica e é impossível atingir 'momentos' ou 'estados ' de felicidade sem antes ter se confrontado com os nossos demônios. Quem nega sua sombra jamais será capaz de vivenciar sua luz."
 Andréa Beheregaray.
 
"Só quem já assumiu e viveu a tristeza sabe amar de verdade. O amor daqueles que não entraram em contato ainda com a tristeza é como verniz, superficial, brilha um tempo mas não se sustenta. Amar exige tanta coragem quanto exige o sofrer. Os tristes amam melhor porque são capazes de reconhecer e acolher no ser amado a tristeza. Ama sem muito fiasco pois reconhece a falta como constituinte e por isso sabe que o outro não está ali para tapar buracos, mas, talvez, para segurar sua mão quando o buraco for muito grande. A tristeza torna sua alma sensível aos outros (...) Amar um triste pode ser uma experiência reveladora (...) A tristeza é valiosa. Valiosa para quem sabe transforma-lá em consciência, intensidade e amor."

Andréa Beheregaray

 

No amor a ideia de uma relação perfeita só feita de prazer e de coisas boas é tão prejudicial quanto a ideia de 'príncipe encantado'. Nas duas a crença equivocada de uma felicidade possível sem contra-tempos, a primeira projetada nessa fantasia histérica da modernidade de prazer sem limites e sem comprometimento pessoal suficiente, a segunda lançada na figura de que alguém, vindo de fora de nós mesmos, capaz de nos salvar dos dissabores da vida e nos dar a felicidade eterna. Obviamente nada disso se realiza, não existe nada mais trabalhoso do que a felicidade, e principalmente a felicidade no amor. É preciso atravessar o pantanoso rio do autoconhecimento, repleto de emoções contraditórias, desejo de dependência e liberdade, traumas, amor e ódio, angustia de separação e fantasmas de rejeição para só então encontrar, quem sabe, alguém disposto a comprometer-se também com nossa sombra e trilhar junto o caminho disso que chamamos amor. Porque quem ama apenas sua luz, ama pela metade.


 Andréa Beheregaray.

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Você lê e sofre. Você lê e sorri. Você lê e engasga. Você lê e tem arrepios. Você lê, e sua vida vai se misturando no que está sendo lido. Caio F. Abreu