segunda-feira, 23 de maio de 2011

Frustação jogada no lixo


Sabe quando você tem tudo para Ser e não é? Pois então essa sou eu, a pessoa que era pra ser mais que tudo nesse mundo. Era para eu ser professora de dança, bailarina ou uma atleta de competições de GRD, poderia trabalhar em um banco, poderia estar me formando esse ano, poderia ser artista plástica, poderia dar aulas particulares de inglês e poderia ser uma infinidade de outras coisas. Eu criança abençoada por Deus nasci com diversos dons que acho que perdi ao longo do caminho ou apenas estão adormecidos dentro de mim. Quando se vai crescendo e criando noção das reais coisas que perdeu é de entrar num estado de frustação, com uma depressão sem fim. E esse foi meu caso. Nasci em uma família que não liga para muitas coisas e por isso às vezes acho que nasci na família errada. Não posso me queixar e dizer que não tive oportunidades na vida, mas posso dizer que meus pais foram às pessoas que mais me frustraram ao logos dos anos.
Você aos 8 anos é descoberta pela professora de educação física. Ela vira sua treinadora de GRD, consegue vaga em uma academia de Ballet e em outra de dança contemporânea e clássica. Você faz 10 anos ela ver seu potencial de atleta ainda maior e consegue 3 bolsas de estudos nas melhores escolas do estado. Ai você pensa, claro que você foi estudar em umas dessas escolas. Mas não, meus pais não acharam bom e me tiraram do esporte. A professora consegue convencer sua volta e você mesmo estudando já em outra escola continua seus treinos ate os 14 anos até seus pais definitivamente cortarem seu barato. Você se mata de estudar, consegue uma vaga na escola que todos acham a melhor. Seu pai ao invés de lhe dizer parabéns chega aos seus ouvidos e diz “pensei que você não teria capacidade para isto”. Você pede que ele lhe compre livros e ele te dar um celular para se amostrar pra não sei quem. Era uma treva quase ninguém tinha celular quando eu tive o meu primeiro. Aos 16 anos um amigo do seu pai que é gerente de um banco lhe convida para trabalhar. Você feliz que aceitar e seu pai diz “não, ela não precisa trabalhar”. Depois de 4 anos você descobre que esse mesmo amigo ofereceu outras 3 vagas para você e seu pai recusou da mesma maneira. Você aos 13 anos ganha uma bolsa na melhor escola de inglês do estado, seus pais recusam porque é muito longe. Aos 15 seus avos se oferecem para pagar seu plano ortodôntico e seus pais mais uma vez diz que não, que você não precisa que isso é uma bobagem (para alguém que sofreu sempre por nem poder da um sorriso, que foi mangada na escola e que sente o incomodo todos os dias, só uma bobagem). Você trabalha e junta dinheiro e vai tirar sua carteira habilitação AB, mais seus pais arrumam uma divida para você pagar. Aos 12 sua professora de artes chama seus pais dizendo que você tem um talento para desenhar em qualquer estilo e recomenda um curso de artes, são pais dizem que não. Você consegue varias coisas com seus esforços, constrói coisas que todos dizem “nossa que incrível sua filha tem um talento incrível, como ela aprendeu isso sozinha”. Seus pais não ligam e trabalhos que você fez com todos os esforços são destruídos. E você sempre escutando no final que bobagem e só você fazer de novo (como se fosse simples) e deixa para outra oportunidade. Você cresce  trabalha e estuda, mais seus pais acham isso coisa de gente metida. Que querer ter uma carreira, entrar na universidade não é coisa para você. E só fazem lhe detonar, apoio zero. Que o sonho dos seus pais era que você já tivesse parido alguma criança na adolescência, que estivesse fora da casa deles na condição de estar casada com um zé ninguém fudido sem nenhum interesse na vida. Que trabalha-se em uma lojinha recebendo um salariozinho, morando em uma casinha fulerinha. Tendo assim uma vidinha infeliz igual à deles. É meus pais acham uma vida medíocre à coisa mais lindinha da vidinha.
O que você faz com tudo isso? Toma chumbinho e SE MATA NÉ. Mas não me matei, continuo por incrível que apareça sonhando e acreditado que posso conseguir. E agora não os culpo mais por não ter conseguido o que queria ou pelo o que eu poderia ser. Resolvi engolir todos os sapos e encarar eles mesmo com todas as reclamações. Passei a entender que eles nasceram em um mundo diferente do meu, a cultura é outra, onde ter tudo que eu quero é coisa de gente superior. Que esse é o medo deles, eu ser superior. Resolvi não mais culpa-los mais sim encara-los e em busca do que quero, agora com mais vontade e determinação do que nunca.

É frustação você me acompanhou por tanto tempo, mais coisas que não se tem utilidades vão para o lixo um dia.

Obrigada pais por me frustrarem, assim eu não daria valor a nada.

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Você lê e sofre. Você lê e sorri. Você lê e engasga. Você lê e tem arrepios. Você lê, e sua vida vai se misturando no que está sendo lido. Caio F. Abreu