sexta-feira, 17 de junho de 2011

Dia 15 de Junho

Como ela havia previsto o dia seria de sol, ao meio se enublaria e cairia algumas gotas, a tarde se esfriaria, por do sol alaranjado e por fim noite com direito a lua cheia. Ela só não esperava o eclipse que era o alinhamento da lua, terra e sol. Ficou pior nos sentimentos. Dia perfeito, tempo perfeito, lembrança perfeita, mas para ela não estava perfeito. Faltava algo, faltava alguém. Acordou abriu a porta e o mau humor a penetrou a pele. Não queria ouvir ninguém a não ser a voz dele, falar com alguém ninguém fora de cogitação, tava mandado o mundo pro lixo. Mas ligaram pra ela, para encher o seu saco. Aproveitou e tomou uma providencia, pediu seu urso, seu filho, seu bebe de volta. Tava carente e arrependida.
O coração de pelúcia era o único que não voltaria já havia se passado para terceiros, assim como na vida real. Lembrava da foto, onde ele estava do lado de uma cafona feia, com uma vestido verde, na verdade cor de mofo ou cor de coco com açúcar. Pálida e Feia, mais feia do que ela não admitia, pensava em uma loira um metro e oitenta, perfeita, mas aquilo era a morte. Sentia-se no buraco. Ciúmes ela sentia.  
Com o anuncio do eclipse ela pensou que seu horoscopo deveria estar: a lua em conjunção astral no seu mapa astral fulana esta favorecendo no seu campo solar em plenitude no seu campo terrestre fulana. Por isso cuidado com algo. Hoje é o dia mais favorecido para o amor e amizades nesse seu novo transito, mas cuidado com o trabalho, alguém quer tomar o seu lugar fulana. Vista azul para energizar. E blábláblás. Um CÚ!
Como havia dito ela não estava bem. Quem a olha-se dizia que a moça estava doente de gripe na certa. Olhos caídos e inchados, nariz vermelho, corpo envergado de dor e quente como febre, fraqueza, náuseas. Para derruba-la mais TPM e cólicas. Completamente morta ela decidiu não sair de casa, mas saiu. Não admitia perder uma aula por quem não estava nem ai pra ela e foi. Ficou a voar, por vezes uma lagrima tentava desesperadamente cair, mas ela não deixava. Já estava abatida o suficiente. Depois passou na igreja, conversou com os respequitivos, pediu conselhos, consolo e ajuda. Mas era inútil, não passara nada, nem milagre acontecia, dor que não sumia. Foi-se embora.
Chegando em casa agarrou-se no travesseiro, ligou a TV e passava a merda de sempre. Recorreu às musicas. Bruno Mars com Talking To The Moon, Xtina com Pero Me Acuerdo de Ti, El Beso Del Final, Without you e Save me from myself. Na play list também se encontrava Mozella com more of you, Be Mine by Kristina and The Dolls,  Ashlee Simpson e sua  Pieces Of Me, Colbie Caillat com I Won't … uma fossa só.
Fossa que não parecia ter mais fim. Ficou no topo de sua escada, cobrando explicação pra não sem quem. Louca falando só. Ela acredita que fala com Deus, com um anjo e sabe-se lá mais quem. Ah é já ia esquecer com a lua, ela conversa com a lua, grita pra lua na verdade, pede o amor dela de volta. Uma aluada pode se dizer assim. Viu o eclipse inteiro. Sozinha na casa ela chorou, ninguém estava pra ver aquilo mesmo. Fez um café, se viciou na bebida, pegou um pacote de biscoitos e ficou debaixo das cobertas lendo o seu Moccia e em sussurros repedia o titulo “Desculpa se te chamo de amor”.
Williane Santos

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Você lê e sofre. Você lê e sorri. Você lê e engasga. Você lê e tem arrepios. Você lê, e sua vida vai se misturando no que está sendo lido. Caio F. Abreu