quinta-feira, 15 de junho de 2017

Devaneio I: Reflexos

Ser humano quando se comete um erro é a pior coisa que se pode ser.



Eu não estou me sentindo a pior pessoa do mundo nesse momento. Cometi um erro e sou capaz de admiti-lo. Também não sei se tudo foi tão erro assim. Metade de mim sente um erro e a outra metade nenhum pouco.

Eu fui ao fundo do poço diversas vezes desde a infância, mas nada disso me fez de coitadinha. Até já decorei o poço algumas vezes. Umas das coisas que eu mais escutei na vida foi “você se faz de vitima”, sendo que eu fui vitima mesmo, diversas vezes. O passado explica muito do que eu sou hoje. Já levei rasteiras da minha família, também no ambiente escolar e no trabalho, sofri mais de um assalto (presenciei outros), fui seguida na rua por tarados (um deles foi meu professor), já sofri ameaças na escola, fui alvo de fofocas, fui alvo de intrigas, já fui acusada inúmeras vezes, ameaçada, coagida, obrigada, xingada, humilhada, maltratada, julgada pela aparência, me desrespeitaram, fui traída, largada, trocada, abandonada, enganada, feita de trouxa, fui usurpada, apalpada, assediada, usada, violada, abusada, estuprada (fora outras tentativas).

Fui traída, descobri, e acabei usando meu refugio(o blog) como grito e exposição. Foi horrível. Esse foi o motivo que me fez parar de escrever por tanto tempo, pois só escrevia coisas feias, péssimas, rancorosas e odiosas.

Semanas atrás escutei de alguém muito importante “você é a pessoa mais forte que eu conheço”( nessa hora me senti tão acolhida e corajosa). E esse erro que eu nem sei se foi tão erro assim foi com está pessoa. Que errou e ainda erra comigo quando age grosseiramente comigo, me esconde coisas, me faz de louca, não me ouve e transforma a maioria das coisas em briga e me culpa por tudo. Sei todo estresse que a pessoa passa, o trabalho difícil que tem, sei que acabamos muitas vezes descontando tudo na pessoa que a gente ama. Mas não estar bem já virou desculpa pra tanto descaso e coisa feia dita  e feita que ele nem percebe.

Sei que erros não são justificáveis, nada que eu sofri justifica tomar atitudes erradas. Mas meu desespero dos dias que se seguem se explica bastante. Eu tento negar, hoje tenho a possibilidade de usufruir de um tratamento especializado, mas depois de uma experiência constrangedora com uma psicóloga que conhecia a fonte do problema que eu fui tentar resolver acabei me sentindo muito pior (descobri no momento), totalmente invadida. Já fui em outros especialistas que falaram do meu excesso de estresse e sobre o transtorno de ansiedade. Eu não gosto de falar sobre, uma vez uma endócrina por não encontrar motivo plausível para meu ganho de peso insistiu na tecla “transtorno de ansiedade” e estafa mental.

Vivo de dores. Meu corpo todo dói, da pele a alma. E muita gente nem faz ideia das crises que tive sozinha escondida no banheiro ou nem percebe como aos poucos venho perdendo o controle de tudo isso.

Meu corpo treme, minha perna direita às vezes falha e acabo caindo feito uma jaca, tenho tendinites, inflamação no nervo ciático, fibromialgia, insônia, déficit de atenção, esqueço muitas coisas com frequência, sono em excesso, tenho dislexia, meu metabolismo ficou lento, quando estou muito aflita tenho dificuldades de respirar, tenho nódulos no seios que preciso fazer biopsia segundo meu medico todos os anos, tenho cistos no útero que aparentemente não é o fim do mundo, mas é um alerta, pois meu corpo sempre desenvolveu outros nódulos e cistos (e isso assusta) e muito deles são frutos de causas emocionais, minha pressão baixa com frequência e eu fico lenta e mole, tenho náuseas quase todos os dias, meu estomago arde muito quando estou preocupada ou assustada, minha circulação sanguínea está ruim (suspeita do anticoncepcional deixar pior), minha imunidade está frequentemente em baixa, pego viroses com frequência, tenho renite, sinusite (nos últimos anos vem até de boa), comer hoje me deixa decepcionada, eu como algo e me arrependo constantemente. Minha aparência hoje me incomoda bastante, estou acima do peso e semana passada meu jeans rasgou na panturrilha por está muito apertado (e não comentei isso com ninguém de tanto constrangimento). Não sinto tanta vontade de me arrumar como antes, estou me esforçando nisso, pois sei que preciso cuidar de mim em todas as esferas, mas não está sendo fácil.

Ainda não sou independente financeiramente. O que me causa grande angustia. Meu companheiro fez um grande esforço para que tivéssemos um imóvel, falava constantemente dos planos que tinha para o nosso futuro. Sei da dificuldade financeira que está, mas ver ele da pra trás de tudo me deixou demasiadamente triste e insegura. Todo mundo me ver como uma pessoa ingrata, ninguém ver o quanto eu sou grata por tudo e sou considerada injusta.

É isso que eu sou hoje, minha mente e meu corpo são reflexos do acumulo de coisas que me aconteceram ao longo da vida. Sou um poço de reclamações, de magoas, de queixas. Eu choro muitas vezes por não conseguir confiar na pessoa que eu escolhi pra compartilhar a vida. Hoje não consigo confiar em nenhuma criatura viva da terra. Desde criança sou desconfiada, mas isso já se tornou um problema na fase adulta.

Meu ginecologista no dia 01 deste mês de junho ao final da consulta me pediu licença pra falar de outros assuntos. Ele me contou que era espirita, me explicou algumas coisas (já conheço o espiritismo, pois meu pai já foi). Me alertou sobre o numero de problemas de saúde que estou enfrentando (desde janeiro estou com candidíase recorrente), devido o desequilíbrio do meu organismo e causa disso tudo é do desequilíbrio emocional. Me falou sobre algo que está perto de mim a muito tempo que não me faz bem e por vai. Me recomendou algumas coisas, quando sai da clinica as lagrimas vieram. Meu medico ali, que não sabia nada da minha vida pessoal, me enxergou um pouco. Viu o grito de socorro que eu dou em silencio todos os dias.

Não tenho religião, quem me acompanhava aqui deve saber disso. Mas sempre fui interessada e apegada a Deus. Ouvir muito por ai que tudo isso que eu passo é falta de Deus e eu digo algo com muita convicção que se não fosse Deus eu não estaria aqui. Já tive pensamentos degradantes, já me senti o lixo, o resto, fui deixada de lado, desprezada e já pensei que sumir ou morrer seria a solução e sei muito bem que não é essa a solução e dou Graças a Deus por isso. Segundo algumas doutrinas, eu estou passando o que eu preciso passar e com o passar dos anos eu aprendi a aceitar isso. Que preciso aprender algo e tudo está nas mãos de Deus.

Não aceito que tenho que sofrer, mas entendo que tudo isso de algum modo faz parte da minha evolução. Não sou a única pessoa com problemas, sofrimentos e traumas na vida. Mas aprendi a não desmerecer meus sentimentos com muitos fizeram e ainda fazem.

Respondendo a pergunta que me enviaram aqui na postagem “Saco de magoas”, eu estou vivendo. Minhas dores são diversas, cada uma com sua natureza. Outras cicatrizadas, outras em processo de cicatrização, umas sofreram mutações, se transformarão em outras dores diferentes, algumas esquecidas, guardadas no porão. E o que eu faço, vou vivendo, vou tentando com dor e tudo, com medo e tudo, com crise e tudo, com desespero e tudo, sem folego, sem ombro às vezes, sem companhia, com companhia, com choro, com risada, com estudo, com trabalho, com resmungo eu vou indo com esperança que uma hora tudo isso vai melhorar. O mundo não para pra ajudar a gente parar de sofrer. Tudo que a gente quer é colo. É muitas vezes continuar naquela procrastinação atraso de vida em posição fetal enrolada na cama por que o corpo dói inteiro como se tivesse acabado de pegar uma gripe violenta.

Não é nada fácil encarar isso. É muito difícil e assustador mesmo, me sinto privilegiada por que sei que muita gente não aguenta essa pressão toda. Tem que buscar a força lá do fundo e chorar até não ter mais nenhuma lágrima. Nunca cheguei pra alguém e disse: ei, eu tenho transtorno de ansiedade. As pessoas me criticam por que eu tenho trauma alimentar com leite. Sou chamada de fresca por que sinto vontade de vomitar só de pensar nele(como agora). Sou chamada de doida. Dizem que invento as coisas. Minha irmã e meus pais sempre disseram que eu invento doença pra dar de tadinha, chamar atenção ou eu fiz algo muito errado pra ter tal coisa. Ou escuto: resolva-se sozinha, procure tratamento.

Gente isso não é fácil e simples assim. Tem horas que eu me sinto como se estivem morrendo por dentro. O corpo nem reage. Às vezes o desespero é tão grande pra confiar tudo isso a alguém que tudo desaba. Começo a falar e logo vem a frustação, porque cada um tem seus problemas. Quem em sã consciência quer um problemão desse na vida (e olha que com essa bosta toda eu me fiz um mulherão da porra).

Pra se sentir a trouxa completa, sou ainda do tipo de pessoa que acolhe os problemas alheios e transformo em problema nosso. Sou sensível demais, tenho empatia demais e me ferro ainda mais. Ainda sou esculachada por isso (e outras coisas). Não sei explicar direito, mas é que me incomodo com o mal estar alheio por saber tanto como tudo dói. Em tudo quero ajudar.

Vivo assim, ansiosa, com medo, apavorada e tensa o tempo inteiro. Minha cabeça não para de pensar. Sinto raiva e ódio constantemente. Estou sempre irritada. Me incomodam fácil, principalmente com quem faz algo errado perto de mim. Me sinto cansada o tempo todo, desanimo o tempo inteiro. Todo instante penso que estou sendo traída. Penso sempre que estão mentindo pra mim. Sempre espero uma nova apunhalada pelas costas. Ando tensa na rua com medo que me façam algum mau. Minha mente idealiza meus desejos e eu me frustro toda hora. Vontade de fazer tudo da certo e ao mesmo tempo vontade de fazer nada. Briga constante com o ego. Dualidades em guerra a todo instante. Eu que acredito tanto no Bem de Deus, acredito no mal que nos ronda. Tem horas que fica uma voz me martelando o tempo inteiro “tá acontecendo tal coisa” e geralmente está, e geralmente tão coisa nunca é boa.

E sobre ser sensível demais. Eu sou sensível demais ao ponto de ao longo desses 28 anos ter visto coisas acontecerem sem eu estar em tal lugar. A última vez que isso me aconteceu foi tão assustador pra mim que pedi tanto pra não ver mais nada que nunca mais vi. Sei que um dia vou ter que encarar esse fato em mim e ver o que posso fazer de bom com isso, mas por enquanto eu sei também que não é o momento.

É isso, eu estou aqui, voltando de algum modo, depois de uma confusão desastrosa. Que nem sei ao certo. Meus anticorpos mentais me alertam o tempo todo de coisas ruins e que eu fico torcendo pra que eu esteja enganada. E eu sei que isso foi devido aos traumas que eu tive, é meu corpo tentando me proteger. É horrível se ver traído, feito de trouxa, enganada, humilhada, ouvir mentiras. Até o coração se atrapalha, pois sabe a dor que é. O medo constante de sofrer tudo isso de novo, faz a gente sofrer com isso todo instante e causa sofrimento em outras pessoas também. Causa confusão, brigas, desgastes. Sei que eu não posso jogar esse peso todo que eu sou em outra pessoa, ainda mais alguém que eu ame tanto. O outro tem que ser tão forte quanto, ser tão responsável quanto e entender o quanto tudo isso é difícil pra poder ficar.

Estou aqui de novo, por que ainda me encontro incompreendida, acumulada de um caos, cheia de medos e receios. Mas acima de tudo esperançosa, com Fé, com Deus e acreditando que coisas boas estão por vim, que nessas giradas do mundo o jogo vai mudar ao meu favor e de quem está junto comigo e vamos conquistar as maravilhas que Deus tem pra nos dar.

Williane Santos


PS.: EU SOU MUITO GRATA POR TUDO QUE CONSEGUI ATÉ HOJE E VALORIZO TUDO POR TUDO TER SIDO TÃO DIFÍCIL. SOU GRATA TAMBÉM POR QUEM ESTÁ AO MEU LADO, MESMO NÃO SENDO PERFEITO E NÃO ME COMPREENDENDO MUITAS VEZES, EU SEI TUDO, TUDO MESMO QUE FEZ E FAZ POR MIM, MAS POR FAVOR ENTENDA MEUS MEDOS, EU PRECISO DISSO. EU QUERO COFIAR EM VOCÊ E PRECISO DA SUA AJUDA NISSO!

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Saco de magoas

                                                            "O problema é que se existem apenas duas alternativas, ser bem-sucedida ou fracassar, mas ela ainda não chegou onde gostaria de chegar… Aonde ela está neste momento? Sim, neste exato momento ela está fracassando. No hoje, que é o único lugar onde vivemos, ela está pendurada em um galho sobre um abismo, imaginando todas as centenas de possibilidades terríveis que podem lhe acontecer a qualquer momento, porque no lugar onde ela está HOJE não existe luz suficiente para perceber exatamente qual lugar é este. Talvez ela esteja no caminho certo para conquistar tudo aquilo que almeja, talvez a única coisa que ela demande, neste momento, é o tempo necessário para as coisas acontecerem… É noite, ainda não clareou e tudo o que ela sente são os pés balançando sobre o nada. Mas isso não significa que exista o abismo." Texto completo




Eu me anulei por não querer enxergar. Nunca fui uma santa imaculada. Não sei a dimensão dos meus erros, e quais eles sejam diante dos olhos dos outros. Eu só os deduzo todas as vezes que me martirizo e dramatizo sozinha, escondida em meus choros. Eu fico buscando erros em mim pra tentar entender todo este caos.

Existe pendurado em meu pescoço um saco de magoas pesadíssimo. Lá existem magoas não reveladas. Magoas que deveriam ter sido passageiras e outras que ficarão até o meu sempre. E só eu sei como é insuportável conviver e a dor de me desprender de todas elas.

Estou me sentindo frágil. Desestabilizada emocionalmente. Nesses últimos meses (a musica que me acompanhou: Marina andthe Diamonds - Starring Role) me entristeci tanto que fui sumindo de mim aos poucos, ao ponto de não suportar o que restou cá dentro. É como se eu tivesse dado tanto minha cara a bater que nem mais existe espaço pra apanhar. A sensação é de que minhas mãos derreteram diante do fogo em que as coloquei. Dói ter que pagar com um pedaço da própria língua. Dizer que estar difícil vivenciar este momento é exageradamente pouco. 

Ver o olhar torto de algumas pessoas chega ser cruel. Por que eu sou agora a pessoa que não tem vergonha na cara (como eu mesmo já disse) por amar alguém. É como se eu não pudesse surtar, por que mocinhas não fazem isso. Mocinhas engolem tudo a seco sempre. Que eu sabia só existe uma mulher na historia da humanidade que pariu de maneira inocente. O resto expôs suas intimidades para aqueles que quis mostrar.  As pessoas puritanas de língua grande me insultam e entristecem mais ainda, por me julgar num momento de sofrimento e na minha tentativa de colocar a vida nos eixos.

Em meus 25 anos de existência me sinto como uma menina desprotegida, ingênua... Eu que não deveria confiar em ninguém, sempre acabo confiando. Meu desejo instintivo sempre é o de querer consertar tudo.  Como alguém me disse dias atrás. Sou muito esperançosa.

Agora eu tenho que ter obrigatoriamente a resiliência diante de tudo. Eu preciso reagir. Reinventar minha vida. Na verdade trabalhar arduamente para que eu possa dizer que essa vida é minha. 

Estou tentando me equilibrar. Pois a responsabilidade sobre tudo que eu sinto é minha. Cada peso em cada lado da balança. Quando tudo que se sente não cabe em linhas. Quando nada cabe mais por dentro e só transborda.

Alguém já sentiu a vontade real de matar alguém, sem querer que ela morra, por que se você presenciasse essa morte acabaria entrando no terror da perda definitiva de alguém por quem você tem tanto amor? Uma loucura, né mesmo? É isso, minha sanidade pode ser questionada sim.

Eu quero poder chorar até meus olhos não aguentarem mais. Esvaziar tudo dentro de mim. Fazer uma faxina geral. Por que eu me sinto a própria maçã envenenada. Cheia de veneno para matar outra. 

Eu vou ter que abaixar minha cabeça dentro da casa dos meus pais como se eu estivesse cometendo um erro, como se nunca mais eu pudesse questionar um, como se eu estivesse aceitando um. Mais não consigo aceitar este erro. Eu aceito o momento que eu estou vivendo. Estou tentando descobrir o propósito disso tudo. Do por que estou precisando passar por tudo isso.

Só existe uma pessoa que eu quero falar a respeito sobre isso, e só. A pessoa que me faz querer companhia nos momentos em que minha mente insiste em querer solidão. Mesmo sendo insuportável lembrar de tudo a todo instante, a cada materialização dos fatos em minha mente. É com ele que preciso me desgastar em dialogar sobre tudo trocentas  zilões de vezes exaustivamente. 

Ninguém nunca tentou me explicar sobre o que é o amor. Eu quero tentar entender que tipo de amor é esse que tem por mim. Eu quero entender que tipo de amor é esse que eu sinto. Nunca conseguir me explicar. Já pensei na possibilidade de ser doença, imbecilidade, babaquice de minha parte, se é medo de ficar só ou se esse meu tipo de amor seja o mais normal de todos.

As vezes eu olho pra ele e fico me perguntando por que de tudo isso. Por que ele fez isso tudo. Por que se me amava, como disse naquele ultimo domingo, por que fez tudo isso acontecer. Por que desejou, idealizou, planejou e concretizou minuciosamente tudo. E por que eu que de algum modo sentia tudo que estava acontecendo não fiz nada.

Eu não sei se tenho capacidade de perdoar. Mas tenho a de dar chances, possibilidades... O meu perdão não será suficiente para mudar tudo daqui em diante. A mudança estar além do perdão.
Eu só ando me arrastando, sem força pra sair daquele velho conhecido poço que me dei o trabalho de florear de rabiscos de que dias melhores sempre chegam.

É difícil falar todas as coisas. É difícil ouvir todas as coisas. Mais aceitei a conformidade de que é necessário enfiar o dedo violentamente em cada ferida. Fazer sangrar, suturar, por fim curar.

A dor de mudar o habito. Aceitar a falta de imunidade para os acontecimentos da vida. 

Agora é a hora de pensar tudo que me aconteceu. Todos os meus momentos ruins de vida. Os bons, o que eu aprendi, o que preciso aprender. Avaliar, questionar... tomar um rumo.

Empatia é se colocar no lugar do outro e sentir, projetar por dentro o outro. Mas nesse momento eu só consigo ver aquilo que eu enxergo a olho nu e cru.

Mais eu preciso de mais, eu preciso ver sem pele.  Preciso ver além dos registros. Das lágrimas. Eu não sei exatamente do que eu preciso processar no meu banco de dados, sei que necessito em demasia de muitas coisas.

Não sou dessas pessoas que conseguem seguir facilmente por que meu corpo dói inteiro, perde as forças. Eu fico aqui dolorida lembrando das coisas que já li, que já ouvir e já viver na tentativa de encontrar conforto. Eu preciso resolver tudo isso. Compreender a moral dessa historia. Preciso de ajuda, de tempo, paciência e do meu espaço.

Não faço ideia de quanto tempo é necessário para essa dor passar. Mas em meio essa tristeza toda, como sempre estou me esforçando em ser positiva.

Eu só peço desesperadamente... por favor, me respeite(m).


Willi

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Devaneio V - Sobre o que estar faltando




"O que aprendemos com a amarga experiência é que essa situação de ter sido abandonado à própria sorte, sem ter com quem contar quando necessário, quem nos console e nos dê a mão, é terrível e assustadora, mas nunca se está mais só e abandonado do que quando se luta para ter a certeza de que agora existe de fato alguém com quem se pode contar, amanhã e depois, para fazer tudo isso se - quando - a roda da fortuna começar a girar em outra direção." Zygmunt Bauman

“E a grande verdade é uma só: não fomos feitos para sermos independentes uns dos outros. Toda a nossa sociedade, para não dizer civilização moderna, é construída com base nesta autossuficiência e independência, e olhe só onde isso nos trouxe: pessoas absolutamente perdidas e desconectadas de nós mesmos, buscando fora de nós à pecinha do quebra-cabeça que falta para que nossas vidas façam sentido. Pessoas que buscam algo fora porque, na parte de dentro, estão divididas e segmentadas. Somos pela metade porque varremos para debaixo do tapete uma parte importante de nós mesmos, sem a qual não podemos seguir em frente. Nossas fragilidades e vulnerabilidades têm tanto direito a existir quanto nossa força e resistência.”

“Mas a verdade é que nossos relacionamentos funcionam, em nível totalmente inconsciente, em uma grande inércia: você está acostumado a seus amigos serem como são, e eles estão acostumados a você ser como é. Se algo muda em uma das partes é necessário que haja uma adaptação da outra parte: caso contrário algo se perde. O equilíbrio é colocado em cheque, e havia sido isso a acontecer comigo.” Flavia Melissa

Eu mudei, e não estou vendo alguém disposto para perceber isso. Perceber que eu preciso de um cuidado especial nesse momento. De que preciso de aceitação. Que consiga ver o que estar acontecendo comigo e me ajude com tudo isso.

As palavras travam todos os dias na garganta porque sinto vergonha em demostrar como estou. Eu já passei por momentos mais tristes, mais desanimadores e pavorosos que me deixaram ainda mais forte. Hoje além de boba carrego uma fragilidade demasiada dentro do corpo. Eu que já cuidei de mim tantas vezes sozinha só queria ser cuidada. Estou enjoada desse meio termo, do que é não ser o que é. Cansei dessa obrigação de ser alto suficiente, desse conto de amor próprio, desse despreparo do outro lado. Eu quero cobrar tudo que estar em falta comigo. EU QUERO ME SENTIR GOSTADA, AMADA. RECEBER CARINHO, ATENÇÃO E ME SENTIR ESPECIAL DE NOVO. Não falo de presentes falo de presença. Estou saturada de desculpas.

Quando já sentiu algo divinamente bom é difícil se contentar com “o que tem pra hoje” todos os dias.
No meio da minha gratidão por todas as coisas boas que estão acontecendo e por tudo começar a se ajustar de uma maneira que confronta minha ansiedade e frustação. Eu aprendo a ser paciente e o significado do que seja a sutileza, mais ainda me sinto insatisfeita e isso me enfraquece demasiadamente um pouco.

Minha mãe me deu a luz no momento em que nasci. Ao longo do caminho recebi por vezes a luz divina. Já teve gente que iluminou meus dias e teve alguém que conseguiu por muitas vezes ser a própria luz na minha escuridão. Ainda sofro muito por me sentir só em alguns momentos, em minhas batalhas, desafios e dificuldades em dar à luz a mim mesma quando não existe alguém para e ir lá e ligar o interruptor enquanto do que eu preciso é ficar quieta comigo mesma deitada naquela posição fetal num ambiente aconchegante (não falo de luxo, mais de um lugar onde me sinto a vontade) recebendo um pouco de cafune.

Eu preciso de um olhar de Amor.


 

domingo, 6 de abril de 2014

Devaneio IV: Dualidade – Sobre aquilo que se custa, a saber...




Um suspiro faz ficar, outro suspiro faz querer ir embora. Ying e Yang. Lobo direito, lobo esquerdo. Emoção e razão. Luz e sombra. Certo e errado. Verdadeiro e falso. Bonito e feio. Há uma parte que se ver e outra que se esconde. Querer o que se quer, não querer o que se quer. Amor e indiferença. Carinho e desafeto. Realidade e ilusão. Loucura e sanidade. Preparo e despreparo.  Confiança e insegurança. Força e fraqueza. Sensibilidade e frieza. Certeza e duvida.

Bem me quer, mal me quer. Lobo direito, lobo esquerdo. A dualidade materializada. Céu e Terra, alto e baixo. Assim na Terra como no Céu. Lobo direito, lobo esquerdo. Até quando?
Um ser inteiro vai da soma das suas dualidades. Um lado e seu oposto. Suas escolhas. Certas ou erradas cada uma delas expressou o seu melhor, o melhor possível, no nível de consciência e de acordo com as ferramentas de que você dispunha, na época em que as fez.

As coisas não poderiam ser diferentes do que são hoje, se não elas seriam. Não existe o "e se" em nenhum outro lugar que não seja a sua mente agora. Se você pudesse voltar no tempo, agiria exatamente do modo como agiu, pois na época você não tinha a consciência e percepção que tem hoje. Então não faz sentido se atormentar pelo que se fez no passado. Pois foi feito o melhor possível. Tenha um pouco mais de compaixão pela pessoa que você foi um dia, pois em nenhum momento da sua vida você acordou, se sentou na cama e pensou, "hoje vou fuder com o resto da minha vida". Você sempre fez e deu o seu melhor. Até mesmo quando assim não pesou querer.
As coisas não tem que fazer sentido sempre. Somos um amontoado de inúmeras partes, muitas vezes contraditórias e ambivalentes.

Sim, você pode acordar feliz e triste ao mesmo tempo, satisfeito e frustrado, calmo e irritado: tudo ao mesmo tempo, AGORA! Não despreze nenhum sentimento: todos eles expressam importantes partes suas e têm razão de existir. E quase não importa o que vai acontecer, e sim apenas o que está acontecendo agora. O que você faz com seus sentimentos? Varre pra sombra? Permite que te dominem?
Prioriza o que é prioridade e esquece o que não merece estar em destaque na sua vida. Criamos a nossa realidade, em última análise, quando escolhemos onde queremos colocar o foco da nossa atenção. Onde você quer colocar o seu?  O que é verdadeiramente importante para você? Na vida o que passa é o que não fica. O que você estar deixando ficar?

Não importa o que você foi, mas no que estar se transformando. Se nunca tentar, nunca chegará, a saber.

Ajustes. Toda vida precisa dos seus. E qualquer hora é boa pra fazer os seus. Apenas se dê conta: orai e vigiai. Não a vida alheia. Mas o que acontece dentro de você.

sábado, 29 de março de 2014

20 Dicas para resolver seus problemas de verdade


1 – Não tenha dó de si (enfrente o que existe de difícil na sua vida).
2 – Olhe os outros pelos outros (e não pelo que interessam a você).
3 – Deixe um pouco de lado seu vício de colocar seus desejos acima de tudo.
4 – Se desapegue da necessidade de ter todas as suas vontades atendidas.
5 – Pare de perguntar a origem do seu comportamento problemático e apenas aja na direção contraria dele.
6 – Desista de tentar esquecer as pessoas que passaram na sua vida, você não tem problema de memória, apenas ressignifique a importância que dá a elas.
7 – Aprenda a se comunicar com clareza.
8 – Pare de adotar sua opinião como se fosse uma verdade universal. E assim pare de reclamar (e colocar uma lente de aumento em impasses banais).
9 – Abandone a autoilusão de que é menos do que gostaria de ser ou mais do que realmente é.
10 – Coloque o amor no seu devido lugar e pare de transformar seu relacionamento (ou a falta dele) numa ideia fixa de religião pessoal.
11 – Aprenda a ficar só e enfrentar os seus demônios.
12 – Se você que é anfitrião de sua vida não cuida dela bem não espere que os outros façam diferente.
13 – Se você ainda lamenta dizendo “tudo acontece comigo” entenda que é redundante, afinal tudo o que acontece em sua vida é realmente com você.
14 – Se sua opinião contraria a realidade, abandone sua opinião.
15 – Se a sua imaginação não corresponde aos fatos, fique com os fatos.
16 – Não tente resolver um problema do mesmo jeito que o criou.
17 – Não fique remoendo o passado, um amor frustrado ou uma oportunidade perdida, deixe a vaidade de ter controle sobre o que não tem controle de lado.
18 – Não reclame da inutilidade dessa lista se você nem tentou colocá-la em prática.
19 – Não espere resultado imediato, pois imediatismo é irmão do egocentrismo, provável causa de seus problemas.
20 – Imaginar ou se queixar que os itens da lista são distantes ou impossíveis é o mesmo que dizer “gosto do meu problema, levei muito tempo para criá-lo”

via - Entenda os Homens

Ps: eu sei que critiquei as dicas em outra postagem e ainda continuado acreditando que elas não servem de regra geral, nem tudo cabe a todo mundo. Só estou postando por que de algum modo algumas delas fizeram a carapuça me servir.