domingo, 19 de junho de 2011

Alguém que guardo


Saudades de você. Não são saudades dos seus beijos ou carícias, desses já não lembro. Não são saudades dos seus olhos apertadinhos, desses eu lembro olhando tenros para mim, mas não são deles que sinto saudades. Sinto saudades de você. Da pessoa que você é, do homem ao qual eu admiro. Que dia ou outro aparece por aqui em uma imagem, em uma frase. Vez ou outra seu nome me encontra. E a cada vez descubro coisas novas. E o admiro mais. E sinto mais saudades. E então penso que queria estar perto para compartilhar minha admiração, para dizer que eu gostei do que eu vi e ouvir o que você pensa e o que você sabe. É disso que tenho saudades. Do homem, do amigo. De estar junto de alguém inteligente e conversar bobagens e fazer teorias sobre a vida e pessoas e o futuro. Mas não mais faremos teorias juntos. Então faço minhas próprias teorias e penso que teoricamente é assim que devemos ficar. Longe, distantes de qualquer aproximação. Teoricamente nos perdemos, pois nos desprendemos quando já juntos não estávamos. Mas não acho que o tenha perdido completamente, pois ao mesmo tempo em que perdi o homem e a amizade, eu ganhei alguém para admirar. Alguém que sinto orgulho de um dia ter estado perto. Alguém com quem fiz teorias sobre a vida e pessoas e o futuro. E minha teoria sobre o futuro, ou melhor, “nosso futuro”, é que não teremos mais futuro. Você continuará onde está e eu, de longe, sempre te observarei encontrando imagens e frases e seu nome. E sorrirei porque assim me sinto satisfeita. E a saudade diminui um pouco, mas também aumenta um pouco toda vez que vejo e lembro o homem ao qual sempre admirarei.

Yvone Delpoio

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você lê e sofre. Você lê e sorri. Você lê e engasga. Você lê e tem arrepios. Você lê, e sua vida vai se misturando no que está sendo lido. Caio F. Abreu