quarta-feira, 29 de agosto de 2012
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Ás
vezes me lembro dele. Sem rancor, sem saudade, sem tristeza. sem nenhum
sentimento especial a não ser a certeza de que, afinal, o tempo passou. Nunca mais o vi, depois que foi embora. Nunca nos escrevemos. Não havia
mesmo o que dizer. Ou havia? Ah, como não sei responder as minhas
próprias perguntas! É possível que, no fundo, sempre restem algumas
coisas para serem ditas. É possível também que o afastamento total só
aconteça quando não mais restam essas coisas e a gente continua a
buscar, a investigar — e principalmente a fingir. Fingir que encontra.
acho que, se tornasse a vê-lo, custaria a reconhecê-lo.
Caio Fernando de Abreu
Caio Fernando de Abreu
sábado, 25 de agosto de 2012
Paixão Cretina
"Eu amo a juventude como tal. O que eu abomino é o jovem idiota, o jovem
inepto, que escreve nas paredes "É proibido proibir" e carrega cartazes
de Lenin, Mao, Guevara e Fidel, autores de proibições mais brutais."
"Nada mais cretino e mais cretinizante do que a paixão
política. É a única paixão sem grandeza, a única que é capaz de
imbecilizar o homem."
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Como se o amor de um homem fosse medido...
Sexo com Malu sempre foi algo diferente do que eu estava acostumado. Não sei explicar. Por que uma trepada é inesquecível e outra dispensável? Beijar a mão de Malu me emociona. Olhar as suas pernas me emociona. Tocar os seus lábios me emociona. Dar um beijo de leve, passar a mão nos seus cabelos, vê-la andar, se vestir, sorrir, vê-la com a boca no meu pau, com a mão nele, com o corpo sobre ele ou olhando pra ele me emocionam. E quase foi assim desde a primeira vez. E mais. Ela me ensinou a tocar, lamber, até a beijar, do seu jeito, do jeito que gostava, enquanto eu me imaginava um mestre na arte de. Me ensinou a passar a mão, a escorrer os dedos, a observar as nuances, quando eu pensava que sabia de tudo. E ela fazia algo que eu nunca tinha visto numa mulher. Ela gozava sem eu encostar a mão e sem ela se encostar. Ela conseguia gozar apenas me olhando, olhando o meu pau duro a centímetros de seu corpo. Eu ficava sentado, ela se sentava à minha frente. Ambos, nus. Sentia-se o calor trocado, a respiração, a umidade, mas não havia carne se explorado. Ela ficava assim uns minutos, olhando pra mim. Não havia música, havia pouca luz. Não havia bebida ou droga. Lucidez, serenidade. E, de repente, ela ia se inclinando na cadeira, abrindo as pernas, jogando a cabeça pra trás, sem desgrudar os olhos de mim, sem se tocar, até gozar. Já aconteceu com você? Como ela fazia isso?
A maioria das mulheres gosta de ver que um homem, o homem que ela
quer, fica de pau duro por sua causa. Precisam de um sinal claro de
aprovação por aquilo que o homem mais cultua. É como entrar num metrô e
não ter em que se apoiar. Precisam daquele mastro, gancho, suporte,
estribo, alavanca, lastro, esteio, amparo, sustentáculo. Não precisa ser
grande, largo, reto, simétrico, proporcional, ovalado, elíptico,
lubrificado. Precisa estar limpo. E duro, muito duro, como se suas
bolsas se sustentassem nele. E, quanto mais duro, mais elas acreditam
que são amadas. Como se o amor de um homem fosse medido pela capacidade
de preencher com sangue tecidos cavernosos e cavidades.
[trecho do livro MALU DE BICICLETA, de Marcelo Rubens Paiva
domingo, 19 de agosto de 2012
sábado, 18 de agosto de 2012
Por Aí
Se você me encontrar assim
Meio distante Torcendo cacho
Roendo a mão
É que eu tô pensando
Num lugar melhor
Ou eu tô amando
E isso é bem pior, é
Se você me encontrar
Rodando pela casa
Fumando filtro
Roendo a mão
É que eu não tô sonhando
Eu tenho um plano
Que eu não sei achar
Ou eu tô ligado
E o papel, e o papel
E o papel pra acabar
Se você me encontrar
Num bar, desatinado
Falando alto coisas cruéis
É que eu tô querendo um cantinho ali
Ou então descolando
Alguém pra ir dormir
Mas se eu tiver nos olhos
Uma luz bonita
Fica comigo
E me faz feliz
É que eu tô sozinho
Há tanto tempo
Que eu me esqueci
O que é verdade
E o que é mentira em volta de mim
CAZUZA
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Um papo entre W. e A.
- Eu fico confusa!
- Se você tivesse entrado na universidade antes provavelmente não teria namorado tanto tempo. Você se atolou de tudo. Ficou isolada do mundo com tantas obrigações. Num espaço tão fechado ele era a sua única opção para qualquer coisa. Agora não, lá no meio de gente, opção é o que não falta.
- É verdade, só que relacionamento se tornou algo muito assustador pra mim. Quando algo começa a ficar parecido com isso, tenho vontade de correr. Me sinto sendo sufocada. - Criei uma espécie de medo. Ouvir as palavras “namoro, namorar, namorado, namorada e quaisquer outras que se encaixem no mesmo gênero me enchem de pavor. Não que eu não queira me relacionar, mas ficar pensando nisso me apavora. Essa pressão toda de viver interagindo com corpos prontos para serem desvendados é irritante. E não conseguir seguir adiante com alguém frustra um pouco. Ou os vejo logo babacas, ou só, como amigos ou simplesmente não gosto. Acho inútil me manter numa relação que não existi sentimento algum, que não vai dar em nada. Perca de tempo. Cansa. E não estou a fim de perder mais nenhum minuto, entende?
- Concordo, depois de tanto tempo presa, relacionamento assusta... Normal. Continue agindo da mesma maneira, sem pressa.
Williane Santos
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Admitir?
Viver assim de pouquinho, sem nenhuma fixação, às vezes cansa. Esperar cada novo dia, cada novo olhar pra saber se posso ser feliz, não me faz feliz de verdade.
Verônica Heiss
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
"Eu quase que não vim. Mas toda vez é a mesma coisa e quando vejo já estou dentro do elevador, prestando atenção na luzinha vermelha trocando de andar. Depois eu fico me perguntando do porquê de vir, mas eu também faria o mesmo, me perguntaria, por que diabos eu não fui?"
Gabito Nunes
domingo, 5 de agosto de 2012
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