domingo, 1 de maio de 2011

As palavras



Palavras são como cristais, orvalho, punhal, fagulha, incêndio. Verdades e mentiras. Cheias de orgulho e preconceito. Feitas de alegrias e tristezas. Sempre diretas e indiretas. São tecidas na luz por aqueles que as dominam, por aqueles que acreditam que dominam e por aqueles que nem fazem ideia de para que sirvam. Com elas se expressam e esvaziam-se pensamentos. Confusos, bagunçados, corretos em rimas. Ditas no escuro são secretas, são malicias, são memorias e saudades. Já as seguras de si, (nem) sempre prevalecem. Inseguras, navegam sem sentido, como barcos em aguas tremulas. Alguns utilizam as simples, outros preferem as difíceis. A aquele que escreve por linhas tortas. Mas qual é a função das palavras, se quando a necessidade é sentir. Informar a penas? – Ao longo do tempo foram usadas para nomear coisas e até sentimentos, criar títulos, significados e responder porque-rês sem nem muito porque, sem nem muita necessidade. Elas são corpos, beijos, despedidas, brisas, céu, terra, ar, revelações, confusões, descobertas. Perdidas, encontradas. São tudo e nada. Usadas para pregar fé, levar amor, trazer paz e começar guerras. Com elas tagarelamos bobagens, discutimos e fazemos as pazes. Iniciamos e damos por fim historias.

Sabendo usa-las com doçura levamos ternura, apoio, consolo, um colo, um carinho gostoso, um querer bem. Quando burras são grosas agulhadas, feridas incuráveis, tropeços, defeitos e magoas que nenhuma borracha apaga. São flechadas insistentes em uma concha pura, forte e fechada. São escolhas, discursões, presunções e adivinhações – muito das vezes equivocadas. As recolhidas, com certeza são as piores. Há que são usadas para qualidades, mas essas quase não se vê. Ainda existem aquelas que só os sábios sabem utilizar para dar passagem ao tempo passado, presente e futuro.

Quem as diz? Quem as ouve? Quem as entende? Somos nós? – Sim somos nós. Mas se não a ouvimos ou entendemos é simples de explicar com palavras. “É porque não dissemos nada, apenas demostramos por gestos aquilo que sentimos. O amor.”
Williane S.

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Você lê e sofre. Você lê e sorri. Você lê e engasga. Você lê e tem arrepios. Você lê, e sua vida vai se misturando no que está sendo lido. Caio F. Abreu