domingo, 1 de maio de 2011

E se não fosse não saberia ser de outra maneira

Não sou uma mulher delicada e de modos educados, dessas que adora viver em permanente estado de paz, da tranquilidade dos sentimentos e no equilíbrio das emoções. Sou teatral e sei ser uma lady quando preciso, mais por favor não pise no meu calo. Conheço arte da malandragem e cuidado sei ser cafajeste quando quero. Peço que me desculpe, mas a sensatez de se viver sem maiores riscos nunca me agradou, o sonho de estabilidade emocional e financeira me mata, só vejo graça no viver em corda bamba, em um numero de trapézio sem rede de proteção por baixo... a rotina e a certeza das coisas, das relações, do sentimento do outro a mim incomoda... a duvida me fascina, mas também me sufoca... essa contradição é que me faz querer descobrir tudo... querer o mais.
Adoro o inconcluso, o difícil... um desafio....o que me faça suar para conquistar...o que me faça sentir. Talvez seja esse o meu problema ter que sentir pra sentir que estou viva... dar vida ao sentir.
Não gosto de seguir  um determinado caminho só porque dizem ser o politicamente correto, sou criativa o suficiente pra ter meus próprios conceitos e criar minhas próprias regras… e quebra-las sempre que necessárias... e por favor não tente me prender em outra gaiola e nem tente podar minha asas... não nasci pra ser domada... mas para dominar... pois o poder corre em minhas veias... e quando eu voar prepare-se, se quiser ir junto... pois meu voo será auto, muito auto para nunca mais voltar.
Sou vista muitas vezes como radical e devo ser em muitas situações assim... decidida, talvez... cheia de duvidas, sim... não sei exercitar a temperança... achar o ponto certo do doce ou do salgado e eu costumo exagerar no sal, no açúcar ou na pimenta sempre... e o azedo as vezes me fascina... não sei achar o meio termo em sentir....dividir meus sentidos ao meio... ou eu sinto, ou não sinto. Quem sabe um dia eu aprenda a temperar na medida certa mesmo sabendo que não nasci pra ser capacho de homem, mulherzinha submissa, medíocre, que adora usar termos pejorativos cheios de inhos diminutivos, dona de casa prendada, mãe de onze filhos …qualquer coisinha entre o quarto, a cozinha e a sala de jantar... e ate gosto de cozinhar, mas que seja por hobby ou como fetiche para se utilizar a cozinha pra uma rapidinha trabalhada nos sabores. Porque sabe do que mais;  prefiro ser eu a própria refeição.... dessas completas, 3 em 1 (entrada, jantar e sobremesa).
Sou dessas mulheres que tem a coragem de se entregar de bandeja, mas somente pra quem tenha um apetite voraz... esses homens que se contentam com tira-gostinhos comuns, ou se acostumam com o trivial ... o feijão com arroz insosso de todo dia que fiquem bem longe de mim... e nem adianta vim querendo disfarçar arrotando caviar .... sou gulosa sim e adoro comer. E não preciso de mentiras ilusórias e sim de um homem com coragem, vontade e fome de leão... “muita fome” com uma boca capaz de devorar um mundo. É preciso sobretudo também ter um paladar apurado... incomum... pois meu sabor é único.. e não sou mulher pra qualquer um, sou mulher de um homem só... o meu!
Ando dispensando os menus dos restaurantes... querendo desafiar o meu paladar...se for o mesmo prato que seja feito com outros temperos ou de forma diferente. Quero viver coisas novas, ouvir um eu te amo de diferentes formas... sentir na verdade... escutar novas musicas, experimentar uma nova maneira de olhar. Beber bebidas exóticas adocicadas, mas com um picante no fim... tontear os sentidos, fazer bater mais forte o coração... contrair o ventre... ter á emoção presente de uma forma mais permanente, penetrante, ardente... preciso me embriagar de vida urgente.
Adoro sair trabalhada no rímel, paetê, salto, batom... não tenho um único estilo... só me visto como estou me sentido... e aquele que tentar mudar algo nisso... estar dispensado do alistamento...
... Estar de pileque, ser porra louca, descer do salto, revolucionar... dar vexame, quebrar conceitos e escandalizar, pecar, pecar, pecar... gritar, gritar, gritar... e xingar todas as putas que os pario... afinal não foram as mulheres certinhas que marcaram a história... e se espera uma dondoca... dispenso verbalizar...
É essa maldita mania minha de intensidade que me faz querer sempre mais, mais e mais, mas nunca o demais pra sempre... Porque o que é pra sempre, sempre acaba... então que dure o por enquanto... que é muito melhor... e que tenha consistência... porque detesto o pegajoso... e o toque delicado dispenso, pois “mão” serve para pegar... então que pegue.
Não quero uma vida calma, alento de paz - para todo o sempre amém. - Não sou mulher de fala mansa e educada... carinhosa, mais abusada... sou mulher da noite, sou mulher badalada... Não me dêem, portanto uma vida sussurrada... preciso de uma vida gritante aqui dentro, que ouçam os gritos que saem de mim ....viver aos berros sim, por que foi aos berros que nasci.



Música: Can't Be Tamed – Letra (tradução)



Williane S.

”Toda essa delonga é uma adaptação do texo de Erikah Azzevedo

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Você lê e sofre. Você lê e sorri. Você lê e engasga. Você lê e tem arrepios. Você lê, e sua vida vai se misturando no que está sendo lido. Caio F. Abreu