Investir no sossego do próprio
coração é algo tão complexo por causa da sua simplicidade. Porque ser simples é
uma das coisas que mais dificulta a nossa vida. Investir no sossego do próprio
coração é não abrir uma brecha, que poderá virar uma represa, para alguém que
não está disponível afetivamente. É prestar atenção nos sinais e indícios que a
pessoa dá, logo nos primeiros encontros, do tamanho do sofrimento ou da alegria
que ela poderá lhe proporcionar. É saber-se só em quaisquer situações, mesmo
acompanhado, pois as consequências de nossas escolhas são absolutamente nossas.
Investir no sossego do nosso
próprio coração é saber que aquilo que está doendo deverá ser extirpado e não
manter apego ao sofrimento, por mais que o uso do bisturi cause quase a mesma
dor. É proporcionar-se bons momentos divorciando-se de tantos lamentos. É não
adiar sofrimento postergando decisões tão necessárias. É não se acomodar com a
falta de excitação pelas coisas, pessoas, trabalho. É saber-se merecedor de
experienciar um amor inteiro, intenso, extenso, imenso, verdadeiro... Recíproco!
É aumentar, um pouquinho a cada dia, o seu tamanho. É ter a certeza e a
confiança de que as coisas têm um encaixe, mas que é preciso deixar ir, ou ir ao
encontro, ou conformar-se com o desencontro, ou esquecer, ou lembrar-se de
outras coisas, ou relacionar-se de outra forma.
Investe no sossego do próprio
coração quem não rumina o que machuca, quem não fica descascando a ferida
impedindo que a mesma cicatrize, quem não se disponibiliza de maneira
subserviente e em tempo integral ao ponto de ser desvalorizado ou descartável,
quem não aceita menos do que merece: coisas pela metade. Investe no sossego do
próprio coração quem sofre, grita, chora, mas cresce! Quem não se repete, quem
se surpreende consigo mesmo, quem trabalha o desapego, quem se abre para as
coisas que possuem mais calor e sensibilidade.
Investir no sossego do próprio
coração é coisa que não vem com a idade, mas com a ideia de que se pode
vivenciar um momento de paz e repouso, é desocupar o peito para abrir espaço
para o novo, é entregar-se ao desconhecido com inocência e totalidade, é não ter
medo de pronunciar verdades, é ser honesto consigo, com o outro.
Investe no sossego do próprio
coração quem não se contenta com pouco.
Marla de Queiroz
Fonte: TransFLORmar-la
P.s.: precisa-se falar mais alguma coisa? Acho que a Marla já disse tudo!
Nossa! Estou precisando aprender e assimilar a ideia deste investimento.
ResponderExcluirOie lindona
ResponderExcluirMarla disse tudo mesmo.
Mas não sei porque as pessoas se apegam tanto ao sofrer, pelo menos é o que eu vejo muito por aí.
beijos querida.