Me senti naquele primeiro
episodio da Guerra dos Tronos. – Os
outros... os outros... os outros... aqueles que vivem além de nós.
Não deveríamos mais todo mundo
dar alguma importância nas opiniões alheias. Todo mundo dá ouvidos para
ladainhas infernais. – Até onde os outros podem mexer com a gente, limitar
nossos caminhos, confundi nossa cabeça, nos encher de medo e pessimismo e
influenciar como se deve viver nossa própria vida?
O ruim de escrever é isso. Você escreve
o que quer. Passou na sua cabeça, saiu pelos dedos nervosos. - Dizem que as palavras são
como flechas. Uma vez atiradas, não há como impedir seu movimento. Tem que se tomar muito cuidado com o que vai dizer.
A arte de abrir a boca e escrever é um risco continuo, pois palavras
equivocadas em momentos inadequados podem pôr tudo a perder! Mais se deve
arriscar, afinal a vida é feita de riscos.
Eu mesmo escrevo tanta coisa que
apago depois ou reverto em rascunho pra ninguém ver, só por medo de me
justificar. Pra não pagar um ridículo ou coisa do tipo. Talvez nem seja
exatamente um medo, mais é que escrever e depois ter que se encher de desculpas
e arrependimentos com um “não foi isso que eu quis dizer” ou “não deveria ter
dito isso” me faz parar de escrever na primeira linha. Mas eu, é claro, sempre
quero escrever até o ultimo paragrafo, o último suspiro e ser lida até o fim.
Por que quem escreve precisa de alguém que se importe com o que temos a dizer.
E eu sempre tenho algo a dizer, apensar da ansiedade às vezes atropelar tudo.
“Essa coisa de escrever é complicada às vezes. É tipo sair de
tomara-que-caia – uma hora você acaba mostrando demais. Pra escrever com a alma
é preciso ser um livro aberto. E, num mundo de máscaras de medo, desnudar a
alma é um ato de amor. (É por isso que eu me declaro apaixonada por quem lê.)”
Só que é muito complicado mostrar
quem se realmente é. Pois dizer a verdade é, na maioria das vezes, proibido. E
escrever, ao menos pra mim, é um modo de dizer verdades. A carapuça sempre vai
servi para alguém. Por que a verdade dói. Mais paciência. Eu mesma sempre
desconfiei das verdades que não incomodam e que se tornam meras mentiras
disfarçadas de sinceridade. E sendo realista, verdade que é verdade, dói.
Mas o que muita gente demora a
entender – como eu, confesso – é que verdades absolutas também são duvidosas,
porque cada pessoa vive nos limites da sua própria verdade. E se alguém diz que
os marcianos vão invadir a terra, o que diabos eu tenho que contestar? Eu posso
debater – por que é saudável – mas eu não posso querer obrigá-lo a abandonar a
sua verdade, mesmo que ela seja esquisita, assim como ele também não pode me
obrigar a construir uma base anti-marcianos. É preciso respeitar as verdades do
outro, porque as nossas verdades também dizem quem somos. E não se pode querer
determinar quem o outro será.
O ruim é que, quando você escreve
vomitando verdades, você encontra outras verdades pelo caminho. Verdades que
são postas diante de você assim como as suas foram postas diante de outras
pessoas – e essa troca é extraordinária. O respeito pela verdade do outro é o
que nos permite esses contatos. Quando você baixa a guarda e deixa que o outro
se mostre. Porque, no fim, as nossas verdades podem se fundir também. Ou não –
e que mal há?
O que interessa saber é que hoje as
suas verdades, eram mentiras ontem – ou podem vir a ser, amanhã. Acho que isso
é evoluir. E é por isso que eu adoro as verdades postas diante de mim – desde
que as minhas sejam respeitadas também. Para que eu nunca precise mentir. Para
que eu nunca precise me justificar. Para que eu siga com as minhas verdades até
que elas mudem e eu sorria, aliviada. Porque o importante não é estar certo. É
fazer pensar.
Então falando bem umas verdades. Estou
de saco cheio de tantas frescurinhas. Estou de saco cheio de ser burra e sair cometendo
erros e mais erros. Se arrepender demais dos próprios atos causa amargura. Só queria
acertar em cheio uma única vez e pronto. Eu sempre me deixo levar como se fosse uma
menininha inocente como se não soubesse no que iria dar. Eu sempre sei no que
vai dar. E pior ainda, nem posso apontar o dedo na cara de ninguém por isso. Até
por que não mudaria em nada. E adulto que é adulto fingi que estar tudo bem. Fingi
que é cem por cento maduro e que nada o atingi.
Eu não consigo dizer não. Como se
eu fosse hipnotizada. E no fim eu sempre me firo. Sempre fico moída. A coitadinha
machucada. – Quer coisa mais ridícula do que parecer uma mulher tapete, onde o
cara vai, pisa, limpa bem os pés e
depois que termina estar lá escrito: seja bem-vindo mais uma vez. – Eu sempre
tive vergonha alheia desse tipo de mulher até cair na mesma onda. Já me
humilhei de implorar. Não posso alimentar o vicio a alheio de sempre ter alguém
a sua disposição que fica o tempo inteiro atrás tentando provar as coisas que
senti. Dane-se. Ao menos eu tenho coragem e faço o que eu tenho que fazer mesmo existindo medo.
Mais existe algo mais ridículo ainda
do que isso, é fugir, é se esconder. É fazer tanta euforia pra morrer depois
que teve. É não saber o que quer da vida. Ou pior ainda, não ter coragem pra
fazer o que se quer e ficar se aproveitando das brechas alheias.
Tem gente que pareci que precisa
de uma seta indicando o tempo inteiro de como se deve viver, por que falta
coragem pra fazer sozinho. E depois ficam como, migalhando por ai uma coisa ou
outra no meio da fuga. Fingindo e fingindo que estar tudo bem, que sabe andar
sozinho, que não senti falta, que não gosta e por ai vai. Prefere bancar de
babaca sabendo que já foi mil vezes melhor que isso.
Tem gente que só sabe perder. Às vezes
eu me questiono se eu faço parte do time que só sabe sofrer. Pareci um vicio. As
pessoas se acostumam a mentir, a não ter uma boa índole, a fazer besteiras, a
serem burras e pensam que devem ser assim a vida inteira. – É um desperdício próprio.
As pessoas pensam que são
obrigadas a viver o outro. – Poxa, seu mundo não é só o outro. Todo mundo tem
seu próprio mundo pra viver. Todo mundo tem suas questões pessoais. Dar pra
fazer sua vida sem ficar jogando suas frustações no outro. Imaturidade é isso,
não saber lidar com suas próprias confusões e achar que o outro é a solução de
tudo. Achando que o tirando da sua vida vai solucionar tudo.
Todo mundo tem seu inferno
astral. Toda mundo uma hora noia das ideias, procura cabelo em ovo. Mais tem
uma hora que tem que se dizer, chega. Acabou esse tempo ruim. Ainda é tempo de
consertar tudo. Nunca é tarde para fazer a coisa certa. Pior é deixar para
nunca. Quem mora no mundo do nunca, nunca tem nada.
Isso não é pressão do que se deve
ser, do que se deve fazer é a procura do bem estar emocional. É maturidade
emocional admitir os próprios erros e tomar folego para resolve-los. É ver a
hora que se deve parar com o sofrimento. Que não se pode alimentar o vicio de
ser burro e sair por ai fazendo os outros sofrerem. Isso é mesquinho, feio e egoísta.
Eu sei que às vezes a alma estar
tão carregada que é muita dor, que é muita pressão pra uma pessoa. É muita
ideia pra uma só cabeça. Mais admitir que precisa de alguém não mata. No máximo
só feri um ego inseguro e cheio de orgulho.
O que não dar é ficar ai, vivendo
dentro da bolha. Como se nada fosse atingir por dentro. Ninguém fica imune a
nada nessa vida independente de onde estiver.
Sendo bem honesta, dar vergonha
alheia. Dar vergonha ver o melhor de alguém e ver ela se esforçando pra ser seu
pior. E sendo realista, eu sinto vergonha de mim mesmo por me deixar de plateia
que participa do espetáculo.
Eu sei que estou sendo grossa. É que
às vezes é preciso ser. Não dar pra ser simpática sempre. A mulher boazinha
cansa também. Se aborreci, se enfureci. Tem vontade de mandar alguém se ferrar às
vezes por ser tão burro.
É preciso exibir o próprio incomodo
ou nada muda. Ou tudo continua uma bosta. E não acaba o marasmo. A frigidez. Tem
horas que tem que dizer um, se toca ou continuam montando em você. Continuam sendo
imprudentes com seus próprios sentimentos.
Tem coisas que nós acontecem que
parecem durar um dia. E uma vida. Tudo ao mesmo tempo. Tem gente que pareci um
karma, uma lição e uma benção ao mesmo tempo na sua vida. Você sabe que ela vai
estar ali em você para todo o sempre. E ninguém precisa assinar ou prometer
diante de outras pessoas que vai estar ali para sempre na vida de alguém. Tem coisas
que se senti, tem coisas que se sabe e que não precisam de explicação.
“Podemos fingir quase tudo. Há
quem simule prazer, beijos, sentimentos e até relacionamentos inteiros. Há quem
seja mestre nessa arte. Há quem tenha tanto jeito para fingir Amor que até eles
próprios acabam a acreditar. Mas um abraço não se consegue fingir. Um abraço
sentido, sincero, visceral é impossível de simular.
Repousar da vida e do mundo nos
braços de quem se ama... não tem preço nem descrição possível.”
O amor já disse tantas vezes, é
lindo. Coisa mais bonita que Deus fez pra gente. É o Amor que ajuda suportar
dores. Que ensina a se ter esperança, viver o tempo de espera. A gente aprendi há
amar todo dia em meio ao caos para poder dar valor ao que se tem.
Não dar pra ficar um vida inteira
idealizando como deve ser algo. É frustrante. Tem que viver as oportunidades. Tem
que perder o medo do que vai ser amanha. Pare de se martirizar. Pare de achar
que não é bom para nada. Cada um tem seu dom. Cada um tem sua luz própria. Se respeite
um pouco. Aprenda a agir com respeito diante dos outros. Pare de agir com
desvalor pelos outros. Para de ser um coitado que fica querendo esfregar na
minha cara que preferi ser quem não presta. Até quando vai ficar ai dizendo que
estar tentando seguir? Mais não quer lagar o osso. Fica ai rindo de tudo. Meu bem,
rir de tudo é desespero. Esta querendo provar o que? – Nada, sendo nada. Que é
alto suficiente. Que eu só sirvo praquilo. Que não ama, que não senti
falta.
Que me tratando assim vai fazer que eu escrache você da maneira mais vulgar... – Acorde, auto destruição é infantilidade e uma hora mata.