Passamos a vida inteira ouvindo os sábios conselhos dos outros. Tens que
aprender a ser mais flexível, tens que aprender a ser menos dramática,
tens que aprender a ser mais discreta, tens que aprender... praticamente
tudo.
Mesmo as coisas que a gente já sabe fazer, é preciso aprender a fazê-las
melhor, mais rápido, mais vezes. Vida é constante aprendizado. A gente
lê, a gente conversa, a gente faz terapia, a gente se puxa pra tirar
nota dez no quesito "sabe-tudo". Pois é. E o que a gente faz com aquilo
que a gente pensava que sabia?
As crianças têm facilidade para aprender porque estão com a cabeça
virgem de informações, há muito espaço para ser preenchido, muitos dados
a serem assimilados sem a necessidade de cruzá-los: tudo é bem-vindo na
infância. Mas nós já temos arquivos demais no nosso winchester
cerebral. Para aprender coisas novas, é preciso antes deletar arquivos
antigos. E isso não se faz com o simples apertar de uma tecla. Antes de
aprender, é preciso dominar a arte de desaprender.
Desaprender a ser tão sensível, para conseguir vencer mais facilmente as
barreiras que encontramos no caminho. Desaprender a ser tão exigente
consigo mesmo, para poder se divertir com os próprios erros. Desaprender
a ser tão coerente, pois a vida é incoerente por natureza e a gente
precisa saber lidar com o inusitado. Desaprender a esperar que os outros
leiam nosso pensamento: em vez de acreditar em telepatia, é melhor
acreditar no poder da nossa voz. Desaprender a autocomiseração: enquanto
perdemos tempo tendo pena da gente mesmo, os demais seguiram em frente.
A solução é voltar ao marco zero. Desaprender para aprender. Deletar para escrever em cima.
Houve um tempo em que eu pensava que, para isso, seria preciso nascer de
novo, mas hoje sei que dá pra renascer várias vezes nesta mesma vida.
Basta desaprender o receio de mudar.
Não me sonhe, por favor. Pessoas que acham que podem me amar me ofendem. É sempre muito pouco o que elas podem e é sempre muito diferente do que deveria ser amor o que elas oferecem.
Eu custo a suportar a banalidade do meu ser. Eu custo a aceitar uma relação como a que qualquer um poderia ter. Eu seria mais feliz se eu não me achasse melhor do que a minha vizinha. Mas eu sou infinitamente melhor que ela. Eu e minhas crises de ansiedade somos seres solitários, arrogantes e multiplicados por megalomanias. São mil vezes cem anos de análise e nada. Eu continuo me achando melhor que o amor igual e idiota que se oferece por ai. Melhor do que os casais e seus dilemas de festas de finais de ano e seus sonhos de vestidos brancos e seus cachorros e sacadas de predinhos neoclássicos e planos médicos familiares. Chato, chato, chato.
É sempre nojento quando aparece alguém que quer tentar me amar. Sempre daquele jeito burocraticamente aos poucos e equilibrado e respeitado pela vida social e empresarial e natural e dentro da rotina dos humanos normais do planeta que precisam ir aos poucos porque a vida em sociedade empresarial e natural e tudo isso. E então eu tenho prazer de tornar a vida de todo mundo que se aproxima de mim, achando que pode me amar igual meu vizinho ama a minha vizinha, um inferno. É que, por completa infelicidade, eu sempre acho a minha grama infinitamente mais verde.
O certo, se é que existe o certo, era eu gostar de assistir ao ato da conquista sentada confortavelmente em uma soberba cadeira de rainha. Homens adoram mulheres que se permitem galantear e sorrir entregues para seus lampejos de semi genialidade. O problema é que eu quase sempre sou muito mais engraçada e rápida e semi genial que eles. E estou tão perto de virar um homem que tenho preferido a minha masturbação a ter problemas para conviver com outro ser humano que, por experiência própria, só vai encher a porra do meu saco.
Não sei o nome de milhares de capitais de milhares de estados. A minha vida inteira tirei 6 pra passar de ano. Leio pouco. Tenho fobia de sair de São Paulo. Sou meio flácida e corcunda. Ainda assim, quando um bom moço me oferece amor, me sinto ofendida. Porque é pouco e porque se parece com tudo a minha volta e porque, definitivamente, não tenho estômago pra ser minha vizinha.
Minha vizinha, que é absurdamente igual a todo mundo, é casada com um homem que poderia se passar por qualquer ser humano da terra. Eles vivem uma vida muito parecida com todas as outras. Uma parede me separa dessa realidade insuportável e eu os odeio por isso.
Enquanto isso, gosto bastante de rapazes que, numa festa, conversam de costas pra mim. Pessoas que pouco se importam com a minha existência me libertam de ser especial. Ou, melhor, de não ser esse pequeno e medíocre “especial” que é o máximo de especial que as pessoas podem sentir e dar e ter. Resumindo: me libertam de não ser especial.
Se não me percebem não preciso entrar em contato com a dor suprema que é ser percebida de forma tediosa ou menor ou superficial ou igual todos se percebem e se têm e, por fim e rapidamente, não se suportam mais.
Sou imatura, egocêntrica e debilmente iludida por uma auto-estima analgésica de efeito rebote. E dane-se. Um dia o meu amor verdadeiro chegará e será diferente de tudo isso e nós vamos chorar de emoção por ter valido a pena não sangrar até a morte nos insistentes e rotineiros momentos de angústia e nada e vazio e solidão e inconformismo.
O site do Educar oferece essa ferramenta deliciosa para os amantes de livros. Porque sejamos sinceros quem não gostaria de ser um livro? Descubra Aqui.
Eu Sou essa contradição ai, rsrs:
"A paixão segundo GH", de Clarice Lispector.
Você é daqueles sujeitos profundos. Não que se acham
profundos – profundos mesmo. Devido às maquinações constantes da sua
cabecinha, ao longo do tempo você acumulou milhões de questionamentos.
Hoje, em segundos, você é capaz de reconsiderar toda a sua existência. A
visão de um objeto ou uma fala inocente de alguém às vezes desencadeiam
viagens dilacerantes aos cantos mais obscuros de sua alma. Em geral,
essa tendência introspectiva não faz de você uma pessoa fácil de se
conviver. Aliás, você desperta até medo em algumas pessoas. Outras
simplesmente não o conseguem entender.
Assim é também "A paixão segundo GH", obra-prima de Clarice
Lispector amada-idolatrada por leitores intelectuais e existencialistas,
mas, sejamos sinceros, que assusta a maioria. Essa possível repulsa,
porém, nunca anulará um milésimo de sua força literária. O mesmo vale
para você: agrada a poucos, mas tem uma força única.
"O alquimista", de Paulo Coelho
Há alguém no seu bairro, na sua empresa ou mesmo na região
que não te conheça? Bem, podem não te conhecer pessoalmente, mas já
ouviram falar de você com certeza. Popular e carismático, você está para
as pessoas ao seu redor o que os best-sellers estão para os leitores:
todo mundo conhece, a maioria gosta e/ou admira, mas alguns torcem o
nariz devido ao seu excesso de popularidade, ou, é preciso dizer, de
superficialidade mesmo. Afinal, essa personalidade que agrada a todos
pode ter um quê de falta de personalidade, não é não? Bem, de toda
forma, você não se importa com isso. O que importa é compartilhar a sua
experiência de vida – mística ou não – e atrair admiradores. "O alquimista" (1988) é, possivelmente, a mais conhecida das
obras de Paulo Coelho, o mago das vendas em livrarias brasileiras e
internacionais. Fenômeno de popularidade, já vendeu quase 38 milhões de
cópias em todo o mundo e foi publicado em cerca de 140 países. E, claro,
ocupa a cabeceira de muita gente em busca de autoconhecimento e
entretenimento esotérico.
Joana, de "Perto do Coração Selvagem"
Joana se caracteriza pelo predomínio de um espírito livre e
indomável. O romance narra a saga de uma mulher muito questionadora,
que não se submete às convenções e é muito corajosa. É a personagem mais
independente da autora. Não tem medo de nada.
Gostaram? Acesse nos links para fazer seus testes e quem fizer ai me mostra o resultado!?!
P.s: É apenas minha pessoa que não estar conseguindo comentar e responder as postagens depois que o Blogger atualizou ou é minha queridinha 3Gesinha que tá de sacanagem comigo? Por que nos últimos dias não consigo comentar em nenhum lugar [tá chato isso :( ]!!!
Há uma mulher desconhecida em meu
espelho e eu fiquei arrogantemente incrédula na sua frente me perguntando: quem
é ela ou se já não a conheço. Penso por vezes que sim, mas estar meio indecifrável
reconhecê-la. Do nada o quebra cabeça se completa e me bate uma certeza de quem
se trata e tomo um susto. Viro o rosto e tento fingir desconhece-la, mas não consigo.
Como se não pudesse fugir das lembranças que ela refletiu em mim a encaro nos
olhos e vejo todas às historias que estão escondidas ali, no fundo dos olhos daquela
mulher que vejo. Nela a uma menina amedrontada escondida em meio a cacos e
poeiras de um caos incontrolável, dores semiapagadas, uma fonte de lagrimas já
seca, feridas quase cicatrizadas, chegadas e despedidas destrutivas, sonhos
calejados, magoas, frustações, caminhos desviados, tempos perdidos e um olhar
penetrante de desespero de quem já pediu muita ajuda e não conseguiu. A naquele
espelho alguém que já se afundou em tempestades de depressão por ter dando tanto
do seu calor que se tornou ar frio. Á perdão dentro daquela mulher, mas não esquecimento.
Tentei ignora-la mais uma vez, mas não consegui. Quis coloca-la no colo e segurar
todo aquele sofrimento, mas nada daquilo cabia em minhas mãos. Logo me veio certo
calafrio, pois dava pra ver um lago fundo e escuro se criando por dentro dela feito
de lagrimas pesadas e carregadas de um passado que não escorria para o lado de
fora. E de uma forma estranha ela me mostrava uma força destemida e determinada
em se segurar. Ela tentava imitar meu autocontrole e eu tentava ensina-la, mas
era algo que me parecia impossível. A mulher no meu espelho é meio indomada
naquela gaiola de vidro e chora por muito tempo no cato quase sem reflexo do
espelho tentando se esconder por lá, mas eu a vejo em prantos todos os dias e
mais ninguém. Vejo nela certa vergonha em apenas existir, em apenas sentir. Há momentos
em que seus olhos se voltam para mim e posso dizer que seu coração endurecido
se quebra com facilidade por lembranças de pessoas que não a deixam na memoria.
Eu vejo nela um cansaço por tanto tentar e por tanto sofrer. A mulher em meu
espelho sofre por me ver tão forte e dura na queda, por não me deixar abater e
seguir, e como ironia tenta se espelhar em mim como se eu lhe fosse à única criatura
confiável nesse seu mundo isolado. A mulher no meu espelho tem um olhar gélido e
frio que me assusta e por vezes me sufoca. A mulher do meu espelho ainda dói
por um amor falido, por um sonho destruído e por seus pedaços arrancados que foram
mastigados em miudezas e cuspidos na lata do lixo. Eu adoraria ajuda-la, mas quando
ela me olha de volta em pleno desespero tenho mais certeza de que nada nessa
vida é realmente fácil. Mas sei que o melhor para ela não faz mais parte do
passado. Ela precisa aprender nem que seja dessa pior maneira de que é preciso
lutar e nunca desistir, pois não quero vê-la mais como ela era antes. Sei que
estou sendo dura e que apesar do meu egoísmo momentâneo a dor alheia é algo
fora de cogitação, mas mesmo assim ainda acho triste e difícil aceitar seu
sofrimento. Acredito que ela existe para ser feliz, que merece se realizar e
acho injusto ver sua alma tão maltratada. É nessas horas que paro no tempo só
olhando pra ela no fundo do espelho e vejo que não perdi minha fragilidade
humana. Por mais que eu não queira acreditar não posso negar no que meus olhos
são capazes de ver. Que a mulher no meu espelho sou eu e o que eu fui
querendo ser com urgência o que eu ainda irei de ser.
Williane Santos
domingo, 15 de janeiro de 2012
A intimidade gera a falta de consideração, todavia a
consideração gera a intimidade, a chave de um bom relacionamento
duradouro é descobrir como manter a consideração a quem nos tornamos
intimos.
Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou...
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.
E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!
Sinto os passos de Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!
E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho,e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...
Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!
Florbela
Espanca
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Acho
ruim e feio cobrar, pedir, chamar a atenção. Certas coisas não tinham
que ser ditas, eram para ser percebidas. E, me desculpe, isso nada tem a
ver com expectativas. Isso tem a ver com enxergar o outro.
Ando tentando não conversar, não amar, nem sequer gostar,
não me apegar, não voltar atrás,
não repensar, ignorar, me manter distante.
Ando tentando superar.
Postar estar sendo uma custa. Comentar quase impossível.
- É ameaçar uma garoasinha o sinal já cai para o centro da Terra.
Só me custa ter calma, paciência e esperar.
Williane Santos
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Gosto de pessoas que não perguntam porque estou calado.
Gosto de pessoas que entendem o meu silêncio e apenas continuam ali.
Caio Fernando Abreu
— Quem não procura, não sente falta. — Engano seu. A
saudade é grande, mas o orgulho é ainda maior.
Você está sozinho. Você e a torcida do Flamengo. Em frente a tevê,
devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar. Bem que
podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha.
Trimmm! É sua mãe, quem mais poderia ser? Amor nenhum faz chamadas por
telepatia. Amor não atende com hora marcada. Ele pode chegar antes do
esperado e encontrar você numa fase galinha, sem disposição para
relacionamentos sérios. Ele passa batido e você nem aí. Ou pode chegar
tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de
olheiras. O amor dá meia-volta, volver. Por que o amor nunca chega na
hora certa?
Agora, por exemplo, que você está de banho tomado e camisa jeans. Agora
que você está empregado, lavou o carro e está com grana para um cinema.
Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou a
gostar de jazz. Agora que você está com o coração às moscas e morrendo
de frio.
O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina. Você
passa uma festa inteira hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga, e
mal repara em outro alguém que só tem olhos pra você. Ou então fica
arrasado porque não foi pra praia no final de semana. Toda a sua turma
está lá, azarando-se uns aos outros. Sentindo-se um ET perdido na cidade
grande, você busca refúgio numa locadora de vídeo, sem prever que ali
mesmo, na locadora, irá encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida. O
amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa.
O jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste. Seu amor
pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente na fila
de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar
cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode estar aqui mesmo, no
computador, dando o maior mole. O amor está em todos os lugares, você
que não procura direito.
A primeira lição está dada: o amor é onipresente. Agora a segunda: mas é
imprevisível. Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de
velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo após a primeira
transa. O amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa
terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, e as flores
vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de
aprovado no teste de baliza. Idealizar é sofrer. Amar é surpreender.
"Ou
simplesmente "continuo", porque já não temos mais idade para,
dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como "sempre" ou
"nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a
continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o
suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não.
Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como "não
resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar". Esse o
nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo,
porque não implica em decisões, apenas em paciência.
Claro que
no começo não terás sono ou dormirás demais. Fumarás muito, também, e
talvez até mesmo te permitas tomar alguns desses comprimidos para
disfarçar a dor. Claro que no começo, pouco depois de acordar, olhando à
tua volta a paisagem de todo dia, sentirás atravessada não sabes se na
garganta ou no peito ou na mente - e não importa - essa coisa que
chamarás com cuidado, de "uma ausência". E haverá momentos em que esse
osso duro se transformará numa espécie de coroa de arame farpado sobre
tua cabeça, em garras, ratoeira e tenazes no teu coração. Atravessarás o
dia fazendo coisas como tirar a poeira de livros antigos e velhos
discos, como se não houvesse nada mais importante a fazer. E caminharás
devagar pela casa, molhando as plantas e abrindo janelas para que sopre
esse vento que deve levar embora memórias e cansaços."
Caio
Fernando Abreu
"Sonhei que você
sonhava comigo. Parece simples, mas me deixa inquieto. Cá entre nós, é
um tanto atrevido supor a mim mesmo capaz de atravessar — mentalmente,
dormindo ou acordado — todo esse espaço que nos separa e, de alguma
forma que não compreendo, penetrar nessa região onde acontecem os seus
sonhos para criar alguma situação onde, no fundo da sua mente, eu
passasse a ter alguma espécie de existência. Não, não me atrevo. Então
fico ainda mais confuso, porque também não sei se tudo isso não teria
sido nem sonho, nem imaginação ou delírio, mas outra viagem chamada
desejo."
"Um passo para a frente e cem para trás. Retrocessos. Descaminhos.
Procuro sinais de algum amor teu. Vestígios de noites passadas. Tu não
me vês, estou incógnita a te observar. Como sempre estive, olhando pelas
janelas, de longe, coração apertado. Nós poderíamos ser amigos e trocar
confidências. Assistiríamos a filmes, taça de vinho nas mãos, e tu me
detalharias as tuas paixões e desatinos. Nós poderíamos ser amantes que
bebem champanhe pela manhã aos beijos num hotel em Paris. Caminharíamos
pela beira do Sena, e eu te olharia atenta, numa tentativa indisfarçável
de gravar o momento e guardá-lo comigo até o fim dos meus dias. Ou poderíamos ser apenas o que somos, duas
pessoas com uma ligação estranha, sutilezas e asperezas subentendidas,
possibilidades de surpresas boas. Ou não. Difícil saber. Bato minhas asas em retirada. Tu
dormes, e nos teus sonhos mais secretos, não posso entrar. Embora
queira.À distância, permaneço te
contemplando. E me pergunto se, quem sabe um dia, na hora certa,
nosso encontro pode acontecer inteiro. Porque
tu és o único que habita a minha solidão."
Ps.: Caio fez essas coisas para nós... quanto mais leio Caio fico assim toda boba com ele.
"...Mas só poderei me aproximar dos outros depois que começar a
desvendar a mim mesmo. Antes de estender os braços, preciso saber o que
há dentro desses braços, porque não quero dar somente o vazio. Também
não quero me buscar nos outros, me amoldar ao que eles pensam, e no fim
não saber distinguir o pensar deles do meu."
Caio F. Abreu
"Ela não queria entrar noutra história, porque doía. Ela tinha assumido
seu destino de mulher totalmente liberada, porém profundamente
imcompreendida. E aceitava a solidão inevitável."
"Avisei que não dou mais
nenhum sinal de vida, e não darei. Não é mais possível. Não vou
me alimentar de ilusões. Prefiro reconhecer com o
máximo de tranquilidade possível que estou só do que ficar à mercê de
visitas adiadas e encontros transferidos."
"A gente sempre acha que é especial na vida de
alguém, mas o que te garante que você
não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras
feridas antigas? Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra
curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe
pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te
curar. As vezes esse alguém aparece, outras vezes, não."
"Claro
que você não tem culpa, coração, caímos exatamente na mesma ratoeira, a
única diferença é que você pensa que pode escapar, e eu quero
chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca que
só umedece com vodka, me passa o cigarro, não, não estou desesperada,
não mais do que sempre estive, nothing special, baby, não estou louca
nem bêbada, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho
nenhuma saída."
O tempo, superestimado, não muda nada. Só faz confundir
realidade e passado num borrão sem cor. Eu vivo de acreditar na próxima semana,
minhas esperanças estão no próximo mês. Quando me oferecem um próximo ano e
contam as horas e os segundos pra que ele chegue, eu só quero me cobrir até os
olhos e pedir arrego do mundo. Não me faça encarar toda a responsabilidade
de um novo tempo, não posso admitir que cheguei ao fim do prazo sem cumprir com
meus planos. (Verônica Heiss)
"Esse réveillon teve tanta comida que eu nem sabia o que
comer primeiro. Teve meu pai em casa. Teve eu e minha irmã dançando Kuduru. Teve banho gelado de mar as 3h da manhã. Teve
vodca no lugar do espumante. Teve muitos fogos no céu. Muita areia no pé. Muita
risada em família. Teve uma presença inusitada. Teve uma estrala cadente. E teve um moço lindo de tatuagens me olhando
cheio de expectativas que infelizmente por agora não posso atender."
Depois de muitos anos meu pai
passou o réveillon em casa. Já não é mais o JD daquela boate na praia. Essa semana
faz um ano que meus pais conquistaram mais um imóvel e transferiram o negocio da
família para lá aos poucos. Meus pais como a maiorias das pessoas desse mundo
entraram no ano novo cheios de planejamentos, metas e ideias.
Já eu não. Me limitei a pedir paciência,
saúde e determinação. E como não acho absurdo, cai na crença da cor que atrai o
que se quer e usei um amarelo para chamar dinheiro (não custa nada tentar né?).
Esse ano não é um recomeço para
mim. É uma continuação. A minha renovação vem acontecendo quase que todos os
dias. Cada dia para mim é um degrau conquistado rumo ao topo da escada. Comecei
tempos atrás coisas que preciso terminar. Não posso adiar matando o tempo com
coisas que não me acrescentam e que não fazem parte daquilo que eu quero. Nesse
aparente último tempo não cair na dor das datas que me enchiam antes de expectativas,
esperanças vazias e ansiedades. Todas elas nesses últimos anos só me
preencheram de frustações por metas não conquistadas ou por sonhos não realizados.
Eu preciso continuar o que comecei e terminar, e só. Nada mais. Não deixo mais
coisas simples parecerem tão grandiosas. O que era o dragão de sete cabeças se tornou
numa lagartixa raquítica. - Essas coisas são ainda tudo aquilo que quero muito
e sei que mudarão e ajudarão demais na minha vida no futuro, mais por agora não
posso exagera-las. A importância delas na minha vida ainda é a mesma, mais as
encaro de uma maneira drasticamente diferente. Enquanto houver letras no alfabeto
e números infinitos, usarei todos os planos necessários para tonar meus sonhos
em realidade. E não vou esperar futuro nenhum chegar se existe o agora para
fazer algo melhor mesmo que pequeno ou aceitar que o ano só começa depois do
carnaval. Nem vou parar meu mundo para alguém que se diz interessado em mim ou cair
nas bobagens que fiz há um ano num estado de magoa, raiva e frustação.
No final de tudo isso haverá uma recompensa
só minha. E ninguém irá obtê-la no meu lugar. Afinal ninguém pode fazer aquilo
que só eu posso e quero fazer. Não posso parar logo agora que estou no meio do
caminho e apagar tudo que fiz só porque não obtive o resultado que eu queria de
imediato. Paciência!
Determinação, trabalho, estudo, disciplina, fé... tudo isso vezes
Muito. – Entrei no meu limite e preciso ultrapassa-lo. Como já disse Paulo
C. “Quem está no limite, age diferente”. E escolhi fazer a minha diferença. Olhar
para mim no mais profundo egoísmo. Se não estou agora publicando bobagens e me
exibindo em fotos nas redes sociais é por que simplesmente não acho graça e não
quero por agora. Se não estou na festa no meio de “amigos” é por que nenhuma
dessas pessoas no momento não tem por nada a me oferecer. E não sou má nem
melhor que alguém por dizer isso. Eu apenas sei que nenhuma delas suportaria
olhar como é cá dentro de verdade. As profundidades assustam quando olhadas um
pouco de perto. Eu sempre tive ouvidos, colo, tempo e mãos para acolher alguém
e continuo tendo. Só não as dou assim tão mais fácil e de graça. As pessoas a
meu ver, precisam aprender a pedir o que realmente precisam e eu precisava
aprender a não fazer o que eu não queria. – De ser tão de graça para alguém e dos
outros paguei muito caro com dores que não desejo a ninguém.
E que uma real? – Os anos só têm números
diferentes. Os dias que se aparentam em pequenas igualdades é que fazem a grande
diferença em nossas vidas. – Não jogue o peso que você criou num ano inteiro,
pois no final de tudo sempre se deixa para o próximo e próximo e próximo... Distribua
tudo ao longo dos dias e logo irá perceber a leveza que se tornou carregar um
sonho e a clareza de ideias para transforma-lo em realidade. – É com calma que se
aprende o milagre de viver de verdade a cada dia.
É preciso aprender para se ter. Que
seja doce todos os 365 dias.
Quem teve a
idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um
indivíduo genial. Industrializou a esperança fazendo-a funcionar no
limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e
entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra
vez com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante
vai ser diferente. Carlos Drummond de Andrade
De repente num momento fugaz,
os fogos de artifício anunciam
que o ano novo está presente
e o ano velho ficou para trás.
De repente, num instante fugaz,
as taças se cruzam
e o champagne borbulhante anuncia que
o ano velho se foi e o ano novo
chegou.
De repente, os olhos se cruzam,
as mãos se entrelaçam
e os seres humanos,
num abraço caloroso,
num só pensamento,
exprimem um só desejo
e uma só aspiração:
PAZ e AMOR.
De repente , não importa a nação;
não importa a língua,
não importa a cor,
não importa a origem,
porque sendo humanos e descendentes de um só Pai,
lembramo-nos apenas de um só verbo: AMOR.
De repente, sem mágoa, sem rancor, sem ódio,
cantamos uma só canção,
um só hino:
o da LIBERDADE.
De repente, esquecemos e lembramos do futuro venturoso,
e de como é bom VIVER.
Para você ganhar belíssimo Ano Novo...
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependimento
pelas besteiras consumadas nem
parvamente acreditar que por decreto
da esperança a partir de Janeiro
as coisas mudem e seja claridade,
recompensa, justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e
gosto de pão matinal, direitos respeitados,
começando pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo que mereça
este nome, você, meu caro, tem de
merecê-lo, tem de fazê-lo novo,
Eu sei que não é fácil mas tente,
experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
dorme e espera desde sempre.
Autor desconhecido
Resolvi fazer uma não-promessa. Acho que essa vai ser mais
fácil de cumprir. Explico: menos expectativas. É isso. Minha promessa de ano
novo é esperar menos, ser menos exigente. Comigo e com os outros. Descobri que
as pessoas exigentes demais são as que se frustram na mesma proporção. Quanto
mais a gente espera dos outros, mais a gente continua esperando.
Brena Braz
Que o velho morra
para dar lugar ao novo... Pois toda morte é um renascimento; Que eu possa ir fundo,
dentro de mim, para poder tocar o céu... Que eu possa alcançar o
horizonte... Que eu possa ter tempo para tudo aquilo que deixei de
realizar, e que poderia fazer a qualquer momento... Que as horas passem
devagar quando precisem... os dias menos depressa... E que eu possa
conquistar o atemporal. Não pelo que eu faço, mas por quem eu sou. Além do sucesso, minha
integridade. Além dos objetivos, minha inteireza. Que eu possa perceber
que sou eu quem carrego a chave das próprias prisões que crio.. E que eu me liberte,
livre do medo, da angústia, da aflição... E neste vôo, possa
lançar as sementes do Amor. Amor que todos devemos cultivar. Além da bela silhueta,
além dos preciosos amigos, além de qualquer explicação ou teoria lógica e
lapidada. Além de belos títulos de livros ou filmes. De boas
marcas. De comentados lugares. Eu possa me encontrar. Em tudo aquilo e mais
um pouco. Ou menos. E que eu possa refletir, como um espelho, todos a minha
volta. Que
o porvir possa acalmar a ansiedade do dever-ser e do vir-a-ser Porque eu ainda não
sou, nada além, do que eu já sou. E em mim, tudo basta. Mesmo quando me sinto
vazio.. E
que, diante do vazio, eu não me preencha com mais dele. Mas possa decorar minha
mente e minha alma de boas conversas, de poesia, de paisagens, de
comida frugal e música.. daquelas que tocam o ser. Que eu aprenda a
perdoar, primeiro a mim, por não saber perdoar. Que eu lembre do melhor e
esqueça o necessário.. ..O desnecessário para crescer. Pois crescer é
inevitável. E que o inevitável venha. E assim, eu aprenda a
aceitar. Que
eu possa criar. Que eu volte a ser quem eu nunca fui, e quem um dia eu
deixei de ser. Sorrisos e lágrimas. Criador e criatura. Céu e terra. Que os monstros se
tornem disciplina e Compaixão. Tenho equilíbrio. Procuro por mais. Equilibrei-me por
desequilibrar-me. Além das palavras, o agradecimento contido em cada uma
delas. Pois
é a experiência que me brinda com a realidade que me envolve. Escada de degraus
infinitos. Um recomeço de um caminhar eterno. Abençoado, próspero,
tranquilo. Para mim e para você. Só para você. Só para mim. 2012.
Guilherme
Antunes
RECEITA DE ANO NOVO
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade
Quero tudo novo de novo. Quero não sentir medo. Quero me
entregar mais, me jogar mais, amar mais. Viajar até cansar. Quero sair pelo mundo. Quero fins de semana de praia.
Aproveitar os amigos e abraçá-los mais. Quero ver mais filmes e comer
mais pipoca, ler mais. Sair mais. Quero um trabalho novo. Quero não me
atrasar tanto, nem me preocupar tanto. Quero morar sozinha, quero ter
momentos de paz. Quero dançar mais. Comer mais brigadeiro de panela,
acordar mais cedo e economizar mais. Sorrir mais, chorar menos e ajudar
mais. Pensar mais e pensar menos. Andar mais de bicicleta. Ir mais vezes
ao parque. Quero ser feliz, quero sossego, quero outra tatuagem. Quero
me olhar mais. Cortar mais os cabelos. Tomar mais sol e mais banho de
chuva. Preciso me concentrar mais, delirar mais. Não quero esperar mais, quero fazer mais, suar mais, cantar mais e mais.
Quero conhecer mais pessoas. Quero olhar para frente e só o necessário
para trás. Quero olhar nos olhos do que fez sofrer e sorrir e abraçar,
sem mágoa. Quero pedir menos desculpas, sentir menos culpa. Quero mais
chão, pouco vão e mais bolinhas de sabão. Quero aceitar menos, indagar
mais, ousar mais. Experimentar mais. Quero menos “mas”. Quero não sentir
tanta saudade. Quero mais e tudo o mais.
“E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha".
Fernando
Pessoa
Não se deixe levar pelo dia que se apresenta no calendário.
Não se alegre
e nem entristeça o seu coração por causa de uma data.
Simplesmente viva cada minuto como se fosse único.
Como quem respira feliz e sem aparelhos.
Não se perturbe o seu coração nem se turve a sua mente,
por causa desta ou daquela data,
pela falta de um presente.
Nem se a mesa
está posta ou mal disposta.
Antes um simples pão com a benção de toda a família,
que uma ceia cheia de pratos e muita mágoa e hipocrisia.
Nesses dias em que as festas tentam reunir pessoas,
onde nem sempre a falsidade consegue sair dos corações,
é bom lembrar que é só mais um dia,
que o mais importante, o essencial,
não se enxerga
com os olhos da materialidade fútil.
Apenas os que já conseguem ver com os olhos de ver,
descobrem que o tempo, sábio
tempo,
conta cada segundo como tempo vivido,
e ai daquele que perde seus preciosos minutos
com o brilho falso do luxo, das festas, das bebidas,
e de tudo que é passageiro.
De tudo, o que fica é a sua experiência de vida,
os bons momentos, a alegria, o repartir e o compartilhar.
O resto, é enterrado nas areias do tempo,
coisa que nem um arqueólogo quer encontrar.
Viva este dia como se fosse o último,
mas sempre com sabedoria e amor,
porque sem amor, a vida é apenas o contar dos dias.
Feliz 2012!
Eu acredito em você
Paulo Roberto Gaefke
Todo o dia é ano novo. Todo dia é ano novo. Entre a lua e as estrelas num sorriso de criança no canto dos passarinhos num olhar, numa esperança... Todo dia é ano novo na harmonia das cores na natureza esquecida na fresca aragem da brisa na própria essência da vida. Todo dia é ano novo no regato cristalino
pequeno servo do mar nas ondas lavando as praias na clara luz do luar... Todo dia é ano novo na escuridão do infinito todo ponteado de estrelas na amplidão do universo no simples prazer de vê-las nos segredos desta vida no germinar da semente. Todo dia é ano novo nos movimentos da Terra que gira incessantemente. Todo dia é ano novo no orvalho sobre a relva na passarela que encanta no cheiro que vem da terra e no sol que se levanta. Todo dia é ano novo nas flores que desabrocham perfumando a atmosfera nas folhas novas que brotam anunciando a primavera. Você é capaz, é paz.
É esperança Todo dia é ano novo no colorido mais belo dos olhos dos filhos seus... Você é paz, é amora alegria de Deus. Não há vida sem volta e não há volta sem vida no ciclo da natureza neste ir e vir constante. No broto que se renova na vida que segue adiante em quem semeia bondade em quem ajuda o irmão colhendo felicidade cumprindo a sua missão.
Todo dia é ano novo...portanto...feliz ano novo todo dia!
Na verdade, eu vim apenas para me despedir.
Dar um adeus discreto, pois sei que você já nem pensa
mais em mim.
E de verdade, sei que o seu pensamento
está voltado para o outro,
por isso não vou me demorar em longos comentários.
Lógico que nosso relacionamento daria uma bela história,
em algumas ocasiões, um romance cheio de sentimentos,
em outras, um drama capaz de arrancar lágrimas.
Mas, cá entre nós, teve alguns momentos em que só rindo
hein?
Cada besteira, cada coisa sem noção…
Então, eu pude observar o seu intimo,
sei das suas qualidades e seus “defeitinhos”.
Vi você se entregar para uma emoção,
chorar diante da televisão,
morrer de rir ao reconhecer sua trapalhada,
ficar morrendo de raiva ao descobrir uma mentira,
e esconder lágrimas no travesseiro,
na noite que parecia não ter fim.
Sim, eu vi!
Mas, agora é tempo de nos separarmos.
E de tempo eu entendo, vivo dele e se tivesse mais,
mais eu te concederia, pois me agradei da sua companhia.
Está na hora de partir, estou quase no fim,
se puder, faça-me um favor, não se esqueça de mim.
Jamais me esquecerei de ti.
Estou indo, agarre-se ao novo que está chegando,
viva-o intensamente.
Pois logo, logo, ele também vai passar.
E assim, será a sua vida, sempre um recomeçar,
mesmo quando parece uma partida.
Isso não é um adeus, é apenas uma despedida.
Do seu amigo ano velho, desejando-lhe um Feliz Ano Novo.
Paulo Roberto Gaefke
Jamais haverá ano novo,
se continuar a copiar
os erros dos
anos velhos.
Luís de Camões
"Te desejo uma fé enorme. Em qualquer coisa, não importa o quê. Desejo esperanças novinhas em folha, todos os dias. Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste
mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as
mentiras e as verdades sejam impermanentes. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a
ideia da alegria. Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia
suficiente para não abrir mão de se sentir feliz. As coisas vão dar certo. Vai ter amor, vai ter fé, vai ter paz – se não tiver, a gente inventa. Te quero ver feliz, te quero ver sem melancolia nenhuma. Certo, muitas ilusões dançaram. Mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para
manter algumas esperanças acesas, como velas. Que 2012 seja doce. Repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que
seja doce que seja doce e assim por diante. Que seja bom o que vier, pra você."
Caio Fernando Abreu
Que 2012 seja Feliz do começo ao fim! Que o amor renasça
sempre! Que seja inteirinho doce, lindo... Que agente saiba lidar com os nossos
momentos baixos e mantenhamos a humildade nos altos. Que seja de coisas novas,
amigos novos, trabalho novo, sonhos novos... Que agente se renove, seja mais
forte, mais brando... Que 2012 seja uma aventura maravilhosa... Que agente se
divirta, se compartilhe e se ilumine com os pequenos milagres... Que agente ajude
mais o outro e que agente nunca esqueça da nossa existência... Que 2012 seja
limpo, cheio de alegrias... Que seja de novas ideias, sem preconceito, sem
magoas, sem dores e cheio de realizações! Que seja prospero, que seja forte...
Que seja tudo aquilo que podemos ser! Aproveite, 2012 é um livro em branco para
ser escrito apenas por você!